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Denarium está no lugar errado, na hora errada

Governador de Roraima foi o homem certo, mas para os anos Bolsonaro

atualizado

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1 de 1 Denarium1 - Foto: Divulgação

No último domingo o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP) solicitou que o governo federal ajude os garimpeiros ilegais a fugirem do território yanomami. Com o bloqueio aéreo, as pessoas são obrigadas a deixar a região em barcos lotados ou caminhando pela mata. Não se viu o governador se compadecer com a crise humanitária indígena.

Há pouco menos de uma semana, em entrevista à Folha, defendeu o governo do ex-presidente Bolsonaro e ainda criticou os indígenas no melhor estilo século 19. Para Denarium, “estão criando um fato que não é de hoje, um problema recorrente há 20 anos”. Se é verdade, seria o caso de mostrar o que seu governo fez pela causa indígena nos últimos quatro anos. Segundo o Inpe, o garimpo cresceu 24% em território yanomami só em 2022. Mas claro que isso é um problema do governo federal.

Ele afirmou que os yanomami precisavam “se aculturar, não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho”. E fez uma comparação com os indígenas dos EUA: “Os cassinos nos EUA ficam todos dentro de área indígena. Os hotéis de luxo próximos a Nova York ficam todos dentro de área indígena. Os indígenas ganham royalties”

Denarium defende um projeto de lei no Congresso que libera a exploração agropecuária, mineral e hidrelétrica em área indígena, desde que as comunidades deem anuência às iniciativas. Ao vencer as eleições estaduais em 2018, era filiado ao PSL de Bolsonaro, que cumpriu seu compromisso de não demarcar terras indígenas e incentivar o garimpo – explorar as riquezas do país, como diria.

Em julho de 2022 sancionou uma lei que proibia a destruição do maquinário do garimpo confiscado em ações de fiscalização ambiental. Justificou que gostaria que essas máquinas deveriam ser entregues a projetos de agricultura familiar. Quem acredita?

Ainda mais com um de seus principais doares na campanha de reeleição, o empresário Milton Steagall, ter sua empresa, a Brasil Bio Fuels acusada de atacar o povo Tembé, no nordeste do Pará.

Seu alinhamento com o bolsonarismo não é só na defesa do garimpo. Denarium recebeu seis condenações por fake news. Na campanha de 2018, empresários de supermercados se uniram e realizaram promoções de bens de primeira necessidade. Todos os preços terminavam com 17, seu número como candidato. Nos cartazes, os centavos eram maiores que os valores inteiros.

Suas carreiras política e empresarial são um foguete.  Chegou ao estado em 1994 como gerente de banco. Em 2014 tinha uma imobiliária e depois tornou-se diretor do maior frigorífico do estado. Elegeu-se governador em 2018. Sua única experiência na política foi em 2010, quando perdeu como suplente de senador. Nessa eleição, declarou um patrimônio de R$ 2,4 milhões ao TSE. Em 2018, foram R$ 15 milhões.

Com esse currículo, o governo federal deve ficar de olho no governador. Denarium tem um lado bem claro, o agronegócio e o garimpo. São sua base eleitoral. Não os abandonará.

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