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De Bashar a Lula: um tour entre a tirania e a gozação (Roberto Caminha

Presidente, largue esses chatos sem talento para a tirania, e solte toda essa turma

atualizado

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Metrópoles
1 de 1 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Se você achava que a tirania era exclusividade do Oriente Médio, caro leitor, prepare-se para um passeio surreal de Damasco à Brasília. De um lado, temos Bashar al-Assad, o oftalmologista que trocou o estetoscópio pelo trono de prego, transformando a Síria em um campo de batalha sem fim. Do outro, Lula da Silva, o operário que virou presidente, depois presidiário, e agora tenta virar o “Pai de Todos” em um governo que mistura postagens puramente brasileiras com um toque de gestão soviética.

Bashar não nasceu para ser ditador. Seu irmão mais velho, Bassel, era o herdeiro designado do trono do clã Assad, mas o destino e um acidente de carro mudaram os planos. Bashar foi chamado de volta da Inglaterra, onde estudava oftalmologia, para assumir o cargo que jamais pediu. E não decepcionou, como o Botafogo em Doha — pelo menos para quem esperava uma ditadura brutal.

Sob seu comando, a Síria virou sinônimo de guerra civil, repressão e violações de direitos humanos. Ele governava com mão de ferro, apoiado por alianças internacionais questionáveis e um exército pronto para esmagar qualquer oposição. Bashar tornou-se um sucesso do autoritarismo tradicional: censura, prisões em massa e uma propaganda que tenta pintar o inferno como paraíso.

Agora, vamos atravessar o Atlântico e ver como o Brasil está lidando com seu próprio estilo de “gestão” autoritária.

Se Bashar governava com tanques e bombas, Lula prefere algo mais peculiar: discursos gozadores, um exército de militantes nas redes sociais e, recentemente, a reinvenção da Polícia Federal como um tipo de “polícia política”. É como se ele tivesse olhado para os manuais da Gestapo e do KGB soviético, mas resolvido adicionar tucupi, dendê e pimenta de cheiro, um tempero bem brasileiro. Afinal, quem precisa de brutalidade quando se tem memes, hashtags e operações que mais parecem roteiros de filme da Atlântida Cinematográfica, aquela que nos presenteou os espetaculares Oscarito, Grande Otelo, Zé Trindade e Ankito.

A nova fase de Lula é marcada por uma “tolência zero” contra quem discorda dele. Influenciadores, jornalistas e até cidadãos comuns sentem o peso de uma máquina estatal que não mede esforços para intimidar. Tudo isso vem embalado por uma retórica que tenta justificar o injustificável — uma mistura de paternalismo barato e um tom de “fiz e farei de novo” que só não é mais cômico porque é real. O brasileiro vê tudo isso como uma briga de turmas. Aquela em que todos apanham e se gabam de ter nocauteado o Cassius Clay, que apareceu na sua frente.

O problema é que o brasileiro, por natureza, não leva nada a sério. Quando Lula tenta impor sua vontade, através de outros, com uma gravidade digna de um estadista de república bananeira, o povo reage com memes e piadas. A ideia de transformar a Polícia Federal em uma versão tropical da Gestapo é recebida com memes do Zé Carioca, de Papai Noel e do Natal, fugindo da “patrulha”. É difícil impor um regime totalitário quando sua população é especialista em transformar tragédia em piada. O Presidente, passando por sérios problemas na caixa craniana, é levado ao WhatsApp e ao Instagram, com gozações sobre o seu estado de saúde, sem que se mostre o ódio e a crueldade dos outros povos. Só gozações, quase pedindo que o Presidente levante, sacuda a poeira e dê a volta por cima, no melhor estilo do Vanzolini.

Embora os contextos sejam radicalmente diferentes, Bashar e Lula compartilham algumas características. Ambos usaram o aparato estatal para silenciar opositores e consolidar poder. Ambos têm uma base de apoio que os vê como salvadores — mesmo quando os fatos dizem o contrário.

Mas as semelhanças param por aí. Bashar é frio, calculista e sem qualquer preocupação em mascarar sua intenção de dominar pela força. Lula, por outro lado, tenta revestir suas ações autoritárias com um verniz de “democracia” e “justiça social” — e acaba soando como um personagem de comédia brasileira que leva a sério o próprio papel. Antes de qualquer coisa, o nosso presidente é um emérito gozador.

Se Bashar conseguiu se manter no poder por décadas à custa de sangue e destruição, é improvável que Lula consiga algo parecido. O brasileiro tem um limite muito baixo para autoritarismos que não venham acompanhados de samba e futebol. E, com todo respeito, nem a Polícia Federal transformada em “polícia política” consegue competir com a criatividade de um povo que transforma sua própria realidade em piada, antes mesmo dela acontecer.

E talvez essa seja a única coisa que ainda impede o Brasil de entrar de vez no caminho do autoritarismo completo: o fato de que aqui, até o totalitarismo é motivo de piada.

Outra coisa que estamos cansados de saber: O General Braga Neto não tem capacidade nem para cercar e invadir a Granja do Torto e esse plano escrito e guardado é uma sátira para todos rirem no Natal. Por favor, não prendam o Jair. Isso só vai dar trabalho dobrado para o Ministro da Economia e ao Presidente do Banco Central. Para consertar o estrago com a Bolsa e com a nossa moeda, passaremos um bom tempo no Purgatório.

Presidente, largue esses chatos sem talento para a tirania, e solte toda essa turma.  Esse capítulo está enfeiando a nossa imagem lá fora. O Senhor é a cara do Brasil. Quando finalizou a sua participação no ENAI- Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, neste final de ano, foi aplaudido, onde dificilmente teria um único voto. Aquele foi o Lula do Brasil. Todos o aplaudiram às risadas quando prometeu viver até os 120 anos. Foi ótimo e todos saíram satisfeitos para os seus Estados.

 

Roberto Caminha Filho, economista, não votou no Lula e não quer vê-lo com nenhuma dor que não seja pela urna.

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