Brasil mais que reformas, revoluções (por Eduardo Fernandez Silva)
Precisamos de uma revolução na educação, na justiça e na política
atualizado
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Já tivemos reforma trabalhista, previdenciária, tributária, educacional, sanitária e outras, tantas são as alterações nas leis deste país e mesmo na CF. Apesar de tantas “reformas”, a miséria e a fome aumentaram! Mais que reformas, o Brasil precisa de revoluções, dezenas delas!
Como “revolução” lembra violência, a primeira de que necessitamos é pacificar o país, não mais sermos dos mais violentos do mundo. Como cerca de 80% dos assassinatos não são esclarecidos, desconhecemos quem matou quem. Sem saber nem isso, como reduzir a violência? Daí a necessidade de uma revolução na segurança!
Precisamos de uma revolução na educação para que as pessoas sejam habilitadas, além doutras coisas, a entender, desenvolver o potencial e enfrentar os riscos da inteligência artificial, e metade da população mal sabe ler! Há também que possibilitar às pessoas frequentarem escola por toda a vida, para que acompanhem e promovam a evolução tecnológica!
Na saúde, outra mais! Conhecer e em seguida reduzir a fila para tratar doenças crônicas; investir na prevenção, maneira mais eficaz e barata de melhorar a saúde coletiva! Junto com a fome, tem crescido a obesidade, com todo o sofrimento e gastos de dinheiro público que poderiam ser evitados com prevenção e dietas balanceadas, sem tanto refrigerante e sal! Sendo o Brasil um país de população pobre, não podemos acompanhar o modelo dos EUA, a saúde mais cara do planeta e grande parte da população doente e viciada em opióides!
Revolucionar a justiça para que, entre outros objetivos, todos tenham acesso e os processos sejam finalizados com rapidez, gerando segurança jurídica. E sem hipersalários!
Na administração pública, muitas revoluções, inclusive reorganização territorial. Temos a média de 1.530km2 e 39.511 habitantes por município, o que se compara aos 30km2 e 3,3 mil habitantes de cada Freguesia, a menor unidade administrativa em Portugal! A Comuna, o equivalente suíço, tem média de 18,7km2 e 3,9 mil pessoas. Além de unidades menores serem mais fáceis de administrar, outra vantagem é que, nelas, todos se conhecem e a vergonha ao ser pego roubando é muito maior, fator inibidor da corrupção! Certo, não podemos ter unidades menores financiadas como são hoje; a maneira como se arrecada e gasta o dinheiro público tem que ser revolucionada!
São também necessárias revoluções no setor privado, para que, entre outros, oligopólios não mais operem livremente nem sejam frequentes a sonegação, o pagamento de propinas e os juros extorsivos.
Outra revolução urgente é minimizar a geração de lixo e seu espalhamento por ruas e rios, com clara melhoria da saúde pública.
Na política, então… Quando se chega ao ponto de a oposição votar a favor de medidas que visam favorecer eleitoralmente a situação há, claro, que revolucionar as práticas vigentes.
Agenda ambiciosa, urgente e difícil mas possível, desde que a pacificação e o fim de todos os tipos de violência seja o norte a nos orientar!
Eduardo Fernandez Silva.Mestre em Economia. Ex-Diretor da Consultoria legislativa da Câmara dos Deputados