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Brado de Aziz: CPI manda prender e segue no recesso (Vitor Hugo)

Bendita semana na qual o presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz, comunicou que não haverá recesso de julho

atualizado

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Pedro França/Agência Senado
Roberto Ferreira Dias_CPI da Covid
1 de 1 Roberto Ferreira Dias_CPI da Covid - Foto: Pedro França/Agência Senado

Aos “terrivelmente evangélicos”, tal qual o advogado-geral da União, André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro para a vaga do decano do STF, Marco Aurélio Mello, aposentado que larga o batente no Supremo semana que vem. Aos católicos e seguidores de outros credos, que pedem pela recuperação completa do papa Francisco, de uma cirurgia no intestino, em um hospital de Roma. Aos ateus que acreditam em milagres, a exemplo deste jornalista, que começam a descobrir – pelo andar da carruagem e mentiras de depoentes na CPI, (como Roberto Pereira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, preso e precisou pagar fiança para ser solto, dia 7) – que um dos mais bem aquinhoados ministérios do governo, em recursos públicos, parece esconder um propinoduto, com negociatas, corruptos e corruptores talvez maior que o Petrolão, da Lava Jato. Dito isso, bendita semana na qual o presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz, comunicou que não haverá recesso de julho nos trabalhos da comissão investigadora.

Dilui-se assim, temor crescente à medida que se aproxima o período de paralisação de meio de ano, dos trabalhos do Judiciário e do Legislativo no País, que permite ao chefe do poder Executivo jogar solto e, praticamente, com todos os “holofotes” voltados para seus atos, em alguns casos, na atualidade, desvarios e desmandos patéticos ou ofensivos. “Haja o que houver, esta CPI vai continuar em atividade, sem recesso, pois pessoas continuam vitimadas (já são 530 mil até aqui) e precisamos seguir em nome do Brasil e da memória dos mortos da Covid,” avisou Aziz. O personagem nacional da semana, sem dúvida.

Aziz fez o comunicado – de interesse público e jornalístico – com voz embargada pela emoção, na terça-feira, dia 6. Acabara de receber a notícia da morte, por Covid-19, de “um amigo e irmão com quem convivi por 40 anos, às vezes mais próximo que com parente de sangue”. Ele morreu depois de ter padecido durante quatro meses internado em um hospital, disse o senador, que perdeu também um irmão de sangue, na crise de falta de oxigênio hospitalar em Manaus. Este abalo emocional, é provável, contribuiu para a indignada reação do político amazonense, diante dos evidentes perjúrios do ex- diretor do MS. Apesar dos reiterados e amigáveis avisos, do presidente da CPI, para que o depoente, servidor público de carreira, “parasse de mentir”, o mesmo que fizer a, na véspera, a fiscal do processo para compra da vacina indiana da Covaxim, abortada pelo depoimento dos irmãos Miranda.

Nada adiantou e Dias, considerado um dos personagens centrais nas investigações desta CPI, acabou preso. Não sem que antes, a sociedade brasileira ouvisse um dos mais destemidos, impactantes e duros discursos, dos últimos anos, de um parlamentar. Com chispas disparadas até para o que Aziz qualificou de “lado podre da caserna”, levando os comandantes militares a produzirem uma nota, mais ameaçadora e menos complacente que as do comunicado à Nação, no caso da participação do ex-ministro da Saúde, general Pazuello, em palanque de comício, ao lado de Bolsonaro, depois de “motociata” no Rio de Janeiro. Ponto para Omar Aziz, e suas decisões que receberam apoio do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, da maioria de seus parceiros na CPI, da sociedade e das ruas. Precisa desenhar? Responda quem souber,

 

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitors.h@uol.com.br

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