metropoles.com

A volta de Aécio Neves (por Ricardo Guedes)

Aécio volta oferecendo-se a contribuir para a construção de um novo caminho de poder

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Marina Ramos/Câmara dos Deputados
O deputado Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, no plenário da Câmara
1 de 1 O deputado Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais, no plenário da Câmara - Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Aécio está de volta no cenário político mineiro e nacional. Paulo Paiva, em seu artigo em setembro de 2023, “Ouçamos a voz de Aécio”, diz que “sem sucesso ando procurando ouvir a voz de Minas, que há muito deixou de ecoar no cenário nacional. Incomoda-me o silêncio mudo de Minas. Aécio volta oferecendo-se a contribuir para a construção de um novo caminho de poder, equidistante dos extremismos, à direita e à esquerda, o que corresponde à tradição mineira”.

Aécio está de volta. Aécio provém de três linhagens políticas: de Tancredo Neves, seu avô, do consenso na política; de Aécio Cunha, seu pai, do diálogo na política; e de Francisco Dornelles, seu tio, da eficiência na administração.

Aécio foi eleito governador de Minas Gerais em 2002 com 58% dos votos válidos em 1º turno, reeleito em 2006 com 77% dos votos válidos em 1º turno. Em 2014, Aécio concorre com Dilma a Presidente da República, Dilma com 51,6% e Aécio com 48,4% dos votos válidos no 2º turno. Não fosse a candidatura de Pimenta da Veiga a governador de Minas Gerais em 2014, Aécio possivelmente teria sido eleito Presidente da República, mudando a história do país. Em Minas, ao invés de Aécio alavancar Pimenta da Veiga, Pimenta emprestou sua rejeição a Aécio, com os votos que deram a vitória a Dilma nas Eleições Presidenciais providos da diferença dos votos favoráveis a Dilma em relação à Aécio dentro de Minas Gerais. Era imprevisível.

Aécio tem poucos concorrentes em Minas. Zema foi eleito Governador em Minas em 2018 no vácuo do então desgaste do PT e do PSDB; reeleito em 2022 devido a Kalil, então Prefeito de Belo Horizonte, não ter alcance estadual para a disputa. Zema não apresenta maior densidade eleitoral para disputas majoritárias competitivas. Rodrigo Pacheco foi eleito Senador por Minas Gerais em 2018 com 20,5% dos votos válidos, para duas vagas no Senado, diante de candidatos pouco expressivos e na então inviabilização de Dilma como candidata. Vem a ser Presidente do Senado, o que é sem dúvidas meritório, mais como solução entre blocos do que por representatividade política. Teria que construir maior densidade eleitoral para pleitos majoritários competitivos. No PT, Patrus reúne a maior densidade eleitoral devido ao recall positivo de sua administração.

Faltam valores no Brasil ao “centro político”, a ocupação do vácuo, dos que sejam representativos, que apontem para um projeto político consensual para o país, diferentemente do que significa o “Centrão”, que configura um “estamento”. Na Pesquisa IstoÉ/Sensus em abril de 2022, previamente às eleições presidenciais, 46% do total do eleitorado manifestava que gostariam ou poderiam votar em outro candidato que não fosse Lula nem Bolsonaro, o que então não se verificou devido à “polarização” ocorrida, na lógica das “rejeições” na prioridade de se inviabilizar o oponente. Nos Estados Unidos, pesquisa recente da Reuters/Ipsos mostrou que 67% dos americanos gostariam de ter uma eleição sem Biden nem Trump, presos que ainda estão na “polarização”. Nas eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro perdeu as eleições com 35% de aprovação de governo, chegando Lula hoje na casa dos 35% de avaliação de governo, o que dificulta sua reeleição a persistirem esses índices, na expressão prática de projetos opostos, não consensuais, e polarizados. Lula quebra o encanto do grupo social central que pende nas eleições de um lado para o outro, na falta de uma política econômica significativa de desenvolvimento e na sua política externa pouco ponderada. E perde apoio entre os mais pobres, devido à alta de preços de bens básicos. O conclame que há de vir é pelo apaziguamento na política e consenso de projeto econômico para o Brasil.

O Brasil precisa de consenso à frente. O extremismo não constrói, somente destrói. O consenso pavimenta o caminho. Aécio tem o caminho em aberto, na expressão de um projeto político e econômico que possa ser consensual para o país. O espaço do consenso está em aberto.

 

Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?