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A transição do Governo e o Exército Brasileiro (por Ricardo Guedes)

O Exército não será uma ameaça à posse de Lula, legalmente eleito

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tanque de guerra do exército em frente ao STF justica desfile 7 de setembro independência
1 de 1 tanque de guerra do exército em frente ao STF justica desfile 7 de setembro independência - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Exército Brasileiro, como instituição de Estado, representado por seu Estado Maior, nunca foi uma ameaça ao Governo Lula. Podem ter preferências, mas o Exército Brasileiro não será uma ameaça à posse de Lula, legalmente eleito.

Bolsonaro, um “mau militar” nas palavras de Geisel, chegou ao poder como alternativa de 3ª via em 2018, no desgaste do PT e do PSDB, como ponto fora da curva da história política brasileira. Em 1987, Bolsonaro foi tacitamente afastado do Exército após liderar movimento grevista por salários, o que é inconstitucional, e supostamente ter planejado dinamitar o sistema de abastecimento de água da cidade do Rio de Janeiro como movimento de protesto, conforme noticiado na mídia. Seguiu carreira política eleitoral juntamente no “baixo clero” do Congresso Nacional. No Governo, desmontou o Estado e a economia e atacou a cultura ao mesmo tempo, como se fosse uma vingança pelo baixo prestígio que experimentou em sua vivência no “baixo clero”, do ressentimento.

Perdeu as eleições Presidenciais, definidas desde o início deste ano, na decisão do eleitor de se opor aos desmandos na administração e à cultura. Tão intenso foi o processo de anteposição à Bolsonaro que inviabilizou a 3ª via, a qual, via de regra, associou-se a Lula em notável frente ampla. Bolsonaro, após semanas de reclusão, citou no “cercadinho” que se as coisas não funcionarem é porque “perdeu a liderança”, numa possível alusão aos militares em sua manifesta intenção pessoal de quebra da ordem institucional, não viabilizada.

Em Pesquisas da Sensus para o Exército Brasileiro, foi identificada a congruência das opiniões entre o corpo do Exército e a população brasileira, posto ser o Exército uma amostra da população do país. Certamente que Bolsonaro tentou politizar o Exército, com êxito parcial em certos setores, minoritários. Muitos militares participaram em cargos no governo, individualmente interessados na melhoria de sua qualidade de vida. Ânimos existem. Mas o corpo do Exército permanece constitucional, sem indicativos de ruptura da ordem institucional. A indicação de José Múcio Monteiro como Ministro da Defesa, civil, apazigua as possíveis tensões. As manifestações à frente dos quartéis foram funcionais para a negociação de itens conclamados pelos militares, como a manutenção do plano de carreira, da previdência, da autonomia interna das decisões, e apoio à modernização tecnológica armamentista contínua do Exército Brasileiro, demandas lícitas. Os que participam em cargos públicos não relacionados a atividades militares não serão necessariamente mantidos.

As pessoas à frente dos quarteis perdem o seu tempo. Seu prazo útil já venceu. Sobra a desordem pública, como em 12 de dezembro a frente da Polícia Federal no dia da Diplomação de Lula e Alckmin como Presidente e Vice-Presidente da República.

Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago, CEO da Sensus, e Medalha do Pacificador do Exército Brasileiro

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