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X razões para desconfiar de Musk (Por David Pontes)

Banir o X no Brasil é um caso político, porque o X não é uma empresa qualquer, se o seu proprietário é Elon Musk

atualizado

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1 de 1 STF supremo tribunal federal rede social ex twitter X Elon Musk bloqueio brasil Metropoles 1 - Foto: <p>Igo Estrela/Metrópoles<br /> @igoestrela</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> </p>

A jornalista chinesa Zhang Zhan esteve presa durante quatro anos por “provocar discussões e problemas” quando, em fevereiro de 2020, documentou e publicou nas redes sociais o que se passava em Wuhan durante a covid-19. Em maio deste ano, desapareceu, foi condenada num julgamento fictício, para só ser libertada em 13 de maio deste ano. Neste momento, está novamente presa pelas autoridades chinesas no Centro de Detenção do Novo Distrito de Pudong, em Xangai, conforme alerta a Amnistia Internacional.

Quando lemos a história de Zhang Zhan, como de milhares de outros jornalistas e não jornalistas, presos e perseguidos nos regimes em que a liberdade de expressão tende a ser reduzida ao silêncio, só podemos relativizar o que está a suceder no Brasil em relação à rede social X.

Quando sabemos que é na mesma Xangai onde está presa Zhang Zhan que o dono do X, Elon Musk, tem a sua maior fábrica de produção do Tesla, na mesma China que baniu o Twitter desde 2009, sem que isso lhe suscite qualquer reação, temos a obrigação de olhar para o que lhe sucedeu no Brasil num quadro mais alargado do que só um alegado ataque à liberdade de expressão.

Banir o X é uma limitação à expressão dos brasileiros, mas nada os impede de mudarem para outra rede. Banir toda uma rede pode parecer desproporcionado, mas há justificadas razões legais para castigar a empresa, como decidiu um juiz e confirmou por unanimidade a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal brasileiro.

E este é também um caso político porque o X não é uma empresa qualquer, se o seu proprietário é Elon Musk. Alguém que corteja Xi Jinping, que apoia Benjamin Netanyahu, Recep Tayyip Erdogan, Giorgia Meloni e Donald Trump. Alguém que decidiu banir links para um documentário da BBC prejudicial para Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, um enorme mercado do X e para o Tesla. Ou alguém que é um fervoroso apoiante de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, um país com ricas reservas de lítio necessárias para fabricar baterias elétricas.

“Brasil contra o X” é um caso de liberdade de expressão, é uma tentativa de regulação das redes sociais, mas seríamos ingênuos se não víssemos neste episódio o desafio que representam os mega- empresários como Musk, verdadeiros países na forma como interferem com países, na defesa dos seus interesses. Ver o quadro todo facilita a escolha de um lado.

(Transcrito do PÚBLICO)

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