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A opção dos humanos: o planeta 4R (por Eduardo Fernandez Silva)

Estamos todos cientes de que este planeta é tudo o que temos

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Estamos todos cientes de que este planeta é tudo o que temos. Continuando business as usual, o fim da civilização global fica cada dia mais próximo. A inércia mental e a ambição por mais “riqueza”, definida em quantidade e não em qualidade, predominam e comprometem a sobrevivência.

Um exemplo de inércia mental é continuar a falar em “civilização ocidental cristã”! Há muito nossa civilização deixou de ser ocidental e cristã, tornando-se global e vendilhona. Valores cristãos, islâmicos, judaicos, hinduístas e de outros credos foram substituídos pelo culto ao dinheiro. A cooperação minguou e a competição foi exacerbada. O “nós X eles” só se mantem em razão da busca por mais dinheiro por parte da indústria bélica e associados. Os problemas que afligem 100% da humanidade, e mais agudamente os 80% que continuam muito pobres, não podem ser resolvidos pelas ficções chamadas países. Há que superar, com urgência, a inércia que nos mantem presos a tais ficções e viciados em combustíveis fósseis.

Se quisermos evitar a extinção da (dita) civilização, teremos que mudar hábitos. A ideia do planeta 4R vai nessa direção. Trata-se de proposta do Climate Crisis Advisory Group – CCAG, especialistas na ciência do sistema terra. Vale dizer: Reduzir rapidamente as emissões de GEE, Remover o excesso de GEE da atmosfera, Recuperar os ecossistemas e ampliar a Resiliência local e global. O CCAG defende que os líderes do G20 liderem movimento nesse sentido, com os ricos do mundo ajudando a construir resiliência, o que significa melhor qualidade de vida, principalmente no Sul Global. Trata-se de grande oportunidade para o Brasil, atual presidente do G20. Será aproveitada?

Os desastres ambientais, decorrentes da emissão de GEE principalmente pelos humanos mais ricos, estão cada vez mais caros, em vidas e em materiais. Neste início de 06/24 há grave crise de água na cidade do México, onde até os ricos têm sofrido a falta do líquido; incêndios se espalham pelo Canadá, a Inglaterra teve a primavera mais quente jamais observada e, em Nova Dehli, temperaturas nos últimos dias chegaram a 52oC, causando mortes, sofrimento, perdas econômicas e distúrbios. A situação dos gaúchos nem precisa ser lembrada.

Na Inglaterra, há um movimento no sentido de centrar os debates eleitorais na questão climática. Aqui no Brasil também teremos eleições e a maioria da população se diz preocupada com a crise climática. Nestes trópicos onde quase todas as capitais estaduais carecem de planos para enfrentar emergências, assim como de políticas de uso do solo para garantir cidades mais frescas e resilientes, será que o tema será ao menos debatido?

Se quisermos ajudar a construir um planeta 4R, o que é essencial para que nossos filhos e netos tenham qualidade de vida, precisamos andar muito depressa nessa nova direção. Seria, também, uma maneira de atender aos anseios da maioria, já consciente e preocupada com seu presente e o futuro dos seus!

 

Eduardo Fernandez Silva. Ex-diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

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