A lembrança que não envelheceu (por Edson de Oliveira Nunes)
Cada um de nós não sabe o que fazer, mas uma meia dúzia de pessoas, organizações, partidos e igrejas, se candidatam a nos conduzir
atualizado
Compartilhar notícia
Somos mais de seis bilhões de pessoas. no planeta. Só aqui no Brasil há mais de 200 milhões. Convenhamos, é muito difícil dizer com certeza o que esse mundaréu de gente pensa ou quer. Ou em que direção irá.
Uma das soluções para harmonizar isso tudo e, de certa maneira, trazer um conforto para cada um dos seis bilhões, é descobrir coisas nas quais muita gente acredita simultaneamente e, com isso, oferecer uma explicação razoável, um conforto para o miserável enigma de ser uma pessoinha entre seis bilhões de outras.
Não é biscoito ser uma pessoinha e ter que saber o que fazer, onde ir, no que acreditar. E ainda ter comida, habitação, futuro e tudo mais. E ter filhos, e dizer a eles o que fazer da vida. Nada menos inesperável que vivamos de simplificações, crenças, ideologias, religiões, organização de pensamento, cosmovisões que digam, viu, está tudo explicado. O mundo é assim e assado, antes era isso e aquilo, e no futuro será aquilo e aquilo outro.
Estamos nisso no Brasil. Cada um de nós não sabe o que fazer, mas uma meia dúzia de pessoas, organizações, partidos e igrejas, se candidatam a nos conduzir, orientar e dizer o que fazer, o que pensar.
Estou sem palavras claras para lhes dizer onde enfiar as certezas.
Edson de Oliveira Nunes é Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Berkeley e Autor. Foi Presidente do IBGE, Presidente do Conselho Federal de Educação, pró-Reitor da Universidade Candido Mendes, Secretário Geral do Ministério do Planejamento