A independência vive na democracia (por Moreira Franco)
MDB, PSDB, DEM e CIDADANIA organizaram o ciclo de debates Um Novo Rumo Para O Brasil
atualizado
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Dentro de um ano, vamos celebrar o Bicentenário da Independência, e a contagem regressiva para o 7 de Setembro de 2022 leva à reflexão sobre as conquistas democráticas da sociedade brasileira desde a separação de Portugal, há quase 200 anos. Ao longo da História, o Brasil viveu processos de ruptura da democracia que deixaram marcas profundas e nos ensinaram duras lições sobre a necessidade de zelar pelo respeito às instituições e à liberdade. Vivemos hoje um novo momento de instabilidade, causado pela radicalização e pela intolerância. É urgente moderar o discurso e buscar o entendimento, único caminho para pacificar a política, gerar efeitos tranquilizadores à economia e à população.
Um país só é de fato independente se houver democracia. E democracia se faz com diálogo, respeito às instituições e harmonia entre os Poderes. Precisamos de partidos políticos atuantes e atentos ao clamor popular. O que as ruas pedem é emprego, inflação baixa e esperança de prosperidade. O Brasil vive o desafio da retomada econômica após os efeitos dramáticos na capacidade produtiva gerados pela pandemia. Um ambiente político inflamado, como o que vemos agora, em que são frequentes as ameaças à quebra da ordem legal e as acusações entre representantes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, gera incertezas a todos os brasileiros e à imagem do nosso país perante o mundo.
Necessitamos de um pacto nacional pela estabilidade política e pelo crescimento econômico para já. E é exatamente isso que quatro dos maiores partidos políticos brasileiros estão propondo. MDB, PSDB, DEM e CIDADANIA organizaram o ciclo de debates Um Novo Rumo Para O Brasil, que será realizado virtualmente entre os dias 15 e 27 deste mês, para discutir o país e propostas realistas e viáveis ao entendimento.
A partir dos insumos trazidos pelo evento, cada um dos quatro partidos vai então formular sua proposta de ação para apresentar à sociedade. Não se trata de estratégia para escrever plano de governo, mas, sim, da prática do que tem sido escanteado em nosso país, o aprofundamento das conversas em busca de um senso de equilíbrio.
Nós, organizadores dos debates, apostamos na pluralidade de pensamento como antídoto à polarização, que só tem feito aumentar o ódio entre os brasileiros, sem oferecer reais soluções a importantes questões nacionais. Nossa confiança é na troca de ideias como tática de defesa dos valores democráticos. Acreditamos na união de forças como instrumento para a construção de um ambiente político de paz, sem agressões e de credibilidade interna e externa para emergirmos a um novo e saudável cenário no nosso país.
Moreira Franco, sociólogo, presidente do Conselho Curador da Fundação Ulysses Guimarães