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A Covardia do pseudo macho alfa (por Mirian Guaraciaba)

Bolsonaro, seus filhos e ex-mulher correm risco de ver escancarados escândalos de corrupção, bandeira molambenta do capitão

atualizado

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Jair Messias Bolsonaro e os filhos
1 de 1 Jair Messias Bolsonaro e os filhos - Foto: Flirck/Reprodução

Nada politicamente correto. Nada de bom remete a Bolsonaro. Por mais que me esforce, só vêm à mente palavras chulas, expressões torpes. Não ouso definir o modo de ser Bolsonaro, biltre que permitimos chegar à Presidência da República. Mas há uma expressão que se encaixa perfeitamente ao atual momento de capitão do mato: covarde.

Em meio à pandemia, à fome, à miséria e ao crescimento da inflação e do desemprego, Bolsonaro destinou hoje R$ 100 milhões para “o primeiro imóvel” de policiais de todas as variantes e gradações. Em suas alucinações golpistas, o capitão quer agradar aqueles que pode recrutar para protegê-lo ou assombrar as ruas.

Covarde. Bolsonaro está acuado, sabe que o cerco está se fechando. Ele, seus filhos e ex-mulher correm risco de ver escancarados escândalos de corrupção, bandeira molambenta do capitão. A CPI da Covid vai exibir mensagens sobre estreitas relações entre o lobista mór da Precisa Medicamentos, Marconny Albernaz de Faria, e boa parte da família do presidente.

Há muito mais. Novos fatos serão revelados pela CPI, e outros agentes (ex-funcionário da família falou até em traição de Ana Cristina com um bombeiro, ainda casada com Jair). Seu líder na Câmara, Ricardo Barros, enrolado até o pescoço com a Precisa e outras tramoias do Ministério da Saúde, contou com o silêncio de Bolsonaro. Crime de prevaricação.

Bolsonaro está acuado. Depois de atacar ferozmente o STF, rastejou pela Praça dos Três Poderes e publicou carta de desculpas, redigida com a caneta golpista de Temer. O arrego (ou seja lá o que for) provocou um barata voa entre seus seguidores. Estão procurando até agora o pseudo macho alfa que chamou Alexandre de Moraes de “canalha”, do alto de um palanque na avenida Paulista.

O rescaldo não podia ser pior. Segundo Índice de Popularidade Digital, medido pela Quaest e publicado pela Folha de SPaulo, a nota de Bolsonaro empurrou sua popularidade ladeira abaixo. Saiu de 81,8 pontos, após a verborragia do dia 7, e bateu 37,1 pontos, no dia 10, pior marca de 2021.

Não deu pra comemorar o fiasco do MBL. Fracasso retumbante em prol da chamada terceira via, a manifestação quis comparar Bolsonaro a Lula. Discurso repetido pelos nossos colunistas de plantão. Que perda de tempo! Nos palanques, ex-bolsonaristas, oportunistas de carteirinha. Tão covardes quanto. Tão pseudo machos alfa.

Mirian Guaraciaba é jornalista

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