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A cobra vai fumar (por Roberto Caminha Filho)

“A cobra está fumando o Brasil de norte a sul e de leste a oeste”

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Defesa Civil estima que, em uma semana, a área de queimadas em cidade do interior de SP é equivalente a 6,3 mil campos de futebol - Metrópoles
1 de 1 Defesa Civil estima que, em uma semana, a área de queimadas em cidade do interior de SP é equivalente a 6,3 mil campos de futebol - Metrópoles - Foto: Divulgação

– A COBRA VAI FUMAR! Gritou o Mascarenhas de Morais no começo da Segunda Grande Guerra Mundial, fazendo gracinha com a participação ou não do Brasil na briga dos outros. Só sobrou para nós. Ninguém acreditava e todos diziam que era mais fácil “A COBRA FUMAR” que o Brasil entrar na guerra. O Brasil entrou e não foi nada bom para os nossos heróis. Muito diferente do que as telas mostraram, os brasileiros passavam entre duas montanhas de rochas duríssimas, e um riozinho de cinco metros, com centímetros de profundidade. Ninguém me disse. Eu fui lá, vi e chorei.

Pois é! Brincaram com o terrível vício das nossas rastejantes, até que elas se reuniram, em congresso patrocinado pelo Centrão, e resolveram fumar, todas juntas, o claudicante e incrédulo Brasil. As bichinhas estão fazendo uso dos seus trinta e nove gramas. Estão crazies! muito crazies!

O norte mandou as suas surucucus pico-de-jaca, o centro-oeste foi representado pelas jararacas, o sul pelas cobras corais e o nordeste pelas arrepiantes e barulhentas cascavéis.

As sinuosas começaram a puxar os seus enroladinhos lá na bela São Paulo e saíram se dividindo por Rio de Janeiro, Mato Grosso, Amazonas, Salvador e o Brasil foi tomado por uma imensa cortina de fumaça.

Agora, neste ano de 2024, senti falta da Greta TINTIN Thunberg, sueca, 21 aninhos, conhecedora da fauna amazônica, notadamente dos seus elefantes, rinocerontes, hipopótamos, avestruzes e girafas. O Leonardo Di Caprio também não bateu seu ponto porraqui. Por que será? O Brasil pegou fogo, virou carvão, ainda sobra fumaça e os dois bombeiros sumiram!

Ainda bem que o nosso Presidente Lula esticou suas viagens para o Brasil do PIBinho e espalhou suas esmolas tão esperadas e sempre bem-vindas. O Presidente, agora, irá atender aos governantes do sul e sudeste. Esses profissionais da esmola sabem dar pouco e pedir com muita vontade e fome.

“Presidente, eleições à parte, o senhor será sempre bem-vindo porraqui!”

Presidente, quando vier porraqui, conosco, traga a Presidenta Dilma, foi ela que estendeu os benefícios da Zona Franca por mais setenta e dois anos. Esses benefícios fazem um bem desgraçado para o Brasil. Uma das coisas ruins que a Zona Franca faz: é manter os pobres depositados aqui, por todos os ricos do mundo, evitando que eles invadam São Paulo e Brasília atrás de comidinha e aguinha.

Presidente, que ninguém nos ouça, porque a maioria não sabe ler e, quando sabe, não interpreta corretamente, mas São Paulo continua sendo o máximo, mesmo sem água para os que lá habitam. Já pensou um deslocamento de três milhões, de famintos e sedentos, na direção do sul e passando pelo centro-oeste? Será pior que a dinamitadora Coluna Prestes, onde o Chefe ia na frente, sonhando, e os “colunáveis” acompanhavam: assaltando, estuprando, matando, tocando fogo e destruindo tudo. Nós não merecemos isso na nossa terrinha. Venha mais vezes, estenda as suas bondades e traga a Presidenta Dilma.

Ao pessoal que tem PIBão, abra a sua mão, mas não esqueça que eles possuem as quatro estações do ano, e nós, aqui de cima, temos apenas duas: o verão do sol que racha as nossas ideias, e o inverno, que as afoga. Divida bem dividido o dinheiro desse Brasil e que todo o dinheiro dado, sem que nenhum trabalho seja criado, está vitaminando a nossa velha e cansada inflação e que não a merecemos nem a aguentamos mais.

A fumaça vai passar muito mais rápido que a grande seca que já fincou suas garras em todos os quadrantes e parece não querer nos largar tão cedo. Acredito ter chegado o momento de convocar o mundo científico para vir estudar e ajudar as nossas mais capacitadas cabeças, a entender, realmente, o que está acontecendo. Chegou a hora de fazermos barragens? Estaremos passando pelo que os americanos do Tennessee e outros estados americanos passaram? A conversa já está nesse nível: ou barragens ou desgraça. Vamos entrar na guerra contra a desertificação de grandes alagados.

 

Roberto Caminha Filho, economista, é do Companheiro das Américas, irmão dos americanos do Tennessee.

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