A caixa de Pandora (por Ricardo Guedes)
A caixa de Pandora está aberta no Oriente Médio, e no mundo
atualizado
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Na Mitologia Grega, o titã Prometeu roubou o fogo de Zeus e deu aos homens, para eles serem superiores aos outros aninais. Zeus, em retaliação, pediu a Hefesto, Deus do Fogo, e a Atena, Deusa da Sabedoria, para criar Pandora, dotada de beleza, graciosidade e curiosidade. Para se vingar dos homens, Zeus fez chegar à Pandora uma caixa onde estavam todos os males do mundo, como a guerra, a doença, a mentira, e o ódio, mas também a esperança, com a recomendação de que ela nunca deveria ser aberta. Pandora abre a caixa, espalhando todos os males do mundo, fechando-a com a esperança dentro. Pandora tenta destruir a caixa, mas ela tem um feitiço para não ser destruída. Triste, Pandora se suicida.
Os limites dos homens são complicados. Maquiavel, filósofo e historiador Italiano e um dos fundadores pensamento político Ocidental, diz que na guerra, “não se deve humilhar o vencido, pois a humilhação leva ao ódio, e o ódio à vingança”. Sun Tzu, general e estrategista da China antiga e de suma importância no pensamento militar do Oriente, diz que “ao cercar o inimigo deve-se deixar uma possibilidade de fuga, não para que ele fuja, mas para que não lute com a força de um leão enfurecido”. E Carl von Clausewitz, general Prussiano e o mais importante e influente teórico militar contemporâneo, diz que “as guerras modernas raramente são travadas sem ódio entre as nações; isso serve mais ou menos como um substituto para o ódio entre indivíduos”. Erros recíprocos podem levar ao ódio, que se retroalimenta.
O homem é um animal que compartilha a emoção, boas e más, com a razão. Quando a emoção se deteriora, surgindo a raiva, pode-se perder a razão por completo, no império do ódio.
Nos Sete Pecados Capitais, estão a inveja, a ira, e a soberba, em contraposição à empatia, à generosidade, e à humildade.
Em sua excelente análise sobre os limites a que o homem pode chegar, Edson de Oliveira Nunes, em seu artigo recente, diz-nos sobre a banalidade do mal, evocando Hannah Arendt, quando as causas se perdem, e surge o mal pelo mal, o mal puro, “aquela hora na qual desaparece a humanidade das pessoas”, como escrito em seu artigo.
No Oriente Médio, a guerra se acirra. No Brasil, o rio Solimões seca. Na Sibéria, “vírus zumbis” se renascem após 50 mil anos, pelo degelo. Perdem-se momentos históricos em decisões equivocadas. Que alguém reabra a caixa de Pandora onde ainda se encontra a esperança, nas atitudes altruístas da humildade e do bem-querer, para que o homem sobreviva, hoje à beira do precipício.
Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus