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A América Latina na guerra entre Rússia e Ucrânia

Resolução da ONU e sanções causam divergências. Reações mostram influência de Moscou na região

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Bolsonaro visita o presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin em Moscou. Eles andam um atrás do outro pelo corredor da sede do governo - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaro visita o presidente russo, Vladimir Putin, no Kremlin em Moscou. Eles andam um atrás do outro pelo corredor da sede do governo - Metrópoles - Foto: Alan Santos/PR

A invasão da Ucrânia pela Rússia confirma que uma unidade política na América Latina continua sendo um sonho. Nenhum país da região votou a favor da Rússia na resolução da ONU que condenou a ação do governo de Vladimir Putin, e a maioria defendeu a diplomacia e uma solução pacífica para o conflito. Mas há nuances que apontam aproximação com Rússia e China e um distanciamento de Washington.

Na ONU, 141 países pediram pela retirada imediata das tropas russas e apelaram por negociações. Cinco países foram contra (Belarus, Coreia do Norte, Eritreia, Síria e a própria Rússia) e 35 se abstiveram – entre eles Cuba, Nicarágua, Bolívia e El Salvador. A Venezuela mantém seu apoio ao Kremlin, mas em dívida com a entidade perdeu o direito a voto.

Para o chanceler boliviano, Rogelio Mayta, o texto põe “mais lenha na fogueira” e constrói uma “muralha”. Desde os governos de Evo Morales, a Rússia e a China apoiam projetos de infraestrutura e Defesa no país. Mesmo com a abstenção, Cuba e Nicarágua seguem defendendo as ações militares da Rússia, com os mesmos argumentos de Moscou, como a luta contra o fascismo na Ucrânia.

Interessante apontar as reações iniciais ao conflito. Colômbia, Guatemala, Equador e Chile foram os primeiros a condená-lo. Peru, Honduras, México, Argentina e Bolívia apelaram pelo cessar-fogo, sem censura ao Kremlin. O Brasil calou-se e depois seguiu a mesma linha. El Salvador, presidido por Nayib “bitcoin” Bukele, é um caso à parte. Crítico da política externa dos EUA, o país absteve-se na ONU e até momento não fez nenhum pronunciamento oficial. A  Organização dos Estados Americanos (OEA) redigiu uma declaração conjunta, mas Uruguai, Argentina e Brasil, entre outros países, não a assinaram.

E lembrar que há algumas semanas Jair Bolsonaro e Alberto Fernandez, presidente da Argentina, visitaram Moscou. Fernandez em busca de investimentos e uma alternativa à pressão das dívidas com o FMI. Já Bolsonaro foi prestar solidariedade a Putin, obedecendo à cartilha da extrema direita dos EUA (o que até Trump abandonou) e defender os interesses do agronegócio – o que foi um fracasso.

Quanto às sanções comerciais impostas por Estados Unidos e União Europeia. Colômbia e Chile as apoiam. México, Brasil e Argentina as rejeitam. O Brasil e a Argentina, por questões econômicas e a dependência dos insumos para fertilizantes. O México, por questões ideológicas, já que o presidente Obrador critica o embargo econômico dos EUA contra Cuba.

As reações diplomáticas latinas ao conflito mostram aproximação econômica com a Rússia e China e distanciamento dos EUA nas últimas décadas. Parece que o quintal foi dividido, que há lampejos de autonomia. Mas sem atuações em bloco, continuará sendo quintal.

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