Após a confirmação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da inelegibilidade de Jair Bolsonaro, os primeiros impactos da decisão nos perfis nas redes mostra vantagem de Michelle Bolsonaro sobre Tarcísio de Freitas e Romeu Zema na preferência dos internautas. Os três têm sido citados como os “herdeiros” dos votos do ex-presidente.

Michelle usou as redes sociais para dizer “estou às suas ordens, meu capitão”, logo após a sessão do tribunal. Essa postagem assegurou a ela ultrapassar Tarcísio no quesito média de perfis para o qual falou,  somente no dia ontem e após a decisão do TSE.

O governador paulista, em sua postagem no Instagram, replicou um tuíte de em apoio a Bolsonaro dizendo: “a liderança de Jair Bolsonaro como representante da direita brasileira é inquestionável e perdura”. Tarcísio conta com 3,8 milhões de seguidores no seu Insta. Até às 22h de ontem, ele falou para uma média de 140 mil perfis, simplesmente 130 mil a mais que o registrado no dia anterior, ou seja, anteontem. Sua taxa de engajamento foi de 1,18%.

Já Michelle Bolsonaro, cujo perfil no Instagram conta com 6,3 milhões de seguidroes, vinha com um volume pequeno de postagens nas últimas semanas. Por essa razão, ela vinha falando em média para menos de 100 mil perfis. Com a postagem de ontem, a ex-primeira-dama bateu a casa dos dois milhões de perfis e uma média de engajamento de 4,24%.

Esse levantamento foi feito durante todo o dia ontem pela Ativaweb, uma agência de marketing digital, que preparou um levantamento sobre os primeiros impactos da inelegibilidade de Bolsonaro nos perfis do instagram desses três nomes.

Romeu Zema é o menos “engajado” nas redes entre os três, em número de seguidores. Conta com 1,4 milhões. O governador mineiro não havia se manifestado nas redes até o fim da análise das redes, que foi no limite de 22h de ontem. Sua taxa de engajamento foi de 2,63% e falou apenas para menos de 20 mil perfis.

O publicitário Alek Maracajá, analista de dados e CEO da Ativaweb, explica que a primeira  lição a ser tirada dessa movimentação é a de que quem não se posiciona nas redes – caso de Zema – perde espaço e oportunidade de crescer, interagir e ser visto.

Na análise de Maracajá, Michelle surpreende e mostra que, na internet, nem o governador do estado mais rico do  país consegue mobilizar a direita como ela, ao menos nessa mobilização de ontem.

“Outro detalhe importante sobre o perfil de Michelle é que, em comparação a outros meses, sua taxa de engajamento está menor. Um dos motivos é porque a ex-primeira-dama não possui uma consistência em sua rotina de postagens. Porém, quando ela decide ‘aparecer’, sempre carrega consigo uma legião de apoiadores e, com isso, cresce o
número de curtidas, comentários e compartilhamentos, elevando a taxa de engajamento” – explicou Maracajá.

O “patrimônio” a se herdar de Bolsonaro

Esse mesmo tipo de monitoramento foi feito no perfil de Jair Bolsonaro, que há tempos andava enfraquecido nas redes e, desde seu silêncio após a derrota para Lula e sua “estadia” nos Estados Unidos, sofre com a queda de engajamento e perda de seguidores.

Mas, ontem, esse cenário mudou. Com 25,2 milhões de seguidores, até cerca de 17h de ontem, o ex-presidente registrava  uma queda no número do perfis para o qual vinha falando.  Ele ainda não havia se pronunciado sobre a sua inelegibilidade. De 400 mil perfis, Bolsonaro tem falado recentemente para  a metade disso, 200 mil perfis.

Mas a partir das 17:30, ontem, quando sua equipe lançou um vídeo com apelo emotivo, muito bem produzido e editado, na avaliação de Maracajá, e resgatando o momento da facada e outras imagens de seu governo, com uma música evangélica de fundo, os números de engajamento a seu favor mudaram.

De 200 mil contas, Bolsonaro passou a para com mais de um milhão delas, “mostrando a força de um patrimônio eleitoral forte nas redes sociais e relembrando a todos que ninguém possui engajamento exponencial como o seu”, disse o publicitário.

Poucas horas depois, o vídeo alcançava mais de dois milhões de contas e gerado 23 milhões de visualizações.