Aparelhada no governo Bolsonaro, fundação do Itamaraty volta ao normal
Canal da Funag nas redes sociais entrevistava bolsonaristas e pregava contra medidas de proteção ao Covid-19
atualizado
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Utilizada no governo Bolsonaro como uma verdadeira máquina de propaganda das ideias do grupo que estava no poder e um espaço de disseminação de fake news, a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), vinculada ao Itamaraty, voltou à sua normalidade com o retorno de Lula.
Durante a epidemia da Covid-19, a Funag exibia em seu canal no youtube entrevistas e material negacionista, contra as vacinas, e que reproduziam a postura de Jair Bolsonaro sobre a descrença dos efeitos do vírus.
Na gestão de Ernesto Araújo, o canal da Funag, comandado pelo diplomata Roberto Goidanich, entrevistou bolsonaristas diversos. Goidanich chegou a ser incluído no relatório final da CPI da Covid, por incitação ao crime.
O canal da Funag, em agosto de 2020, transmitiu uma palestra do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), na qual o filho do presidente afirmou que a “pandemia é verdadeiro laboratório para os globalistas” e também criticou a Organização Mundial da Saúde (OMS): “não sabemos com quem estamos lidando”.
Com Lula, a Funag voltou ao seu propósito de desenvolver estratégias de diplomacia com eventos e publicação de livros com temas das relações internacionais. E no canal do youtube da Funag hoje é possível encontrar curso online com o tema “Memórias do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio)”, uma parceria com a FGV, e vídeos de curta duração sobre a Semana da Arte Moderna.
Entre as publicações, se destacam os Cadernos de Política Exterior.
Goidanich presidiu a Funag de 2019 a 2021. Hoje ele está lotado no consulado de Faro, em Portugal.