Ao atacar privatização da Eletrobras, Lula fala à sua base sindical
Presidente prometeu que AGU irá rever a venda da empresa
atualizado
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Ao fazer ontem seu mais duro ataque à privatização da Eletrobras desde sua posse, o presidente Lula deixou claro que nesse início de mandato está mais sintonizado com sua base eleitoral do que outras preocupações, como agradar ao mercado.
Se Lula já está “radicalizando” na sua ofensiva contra o Banco Central, o petista abre agora nova frente. E não ficou só no discurso. Ele anunciou que a AGU (Advocacia-Geral da União) irá questionar o contrato de privatização da Eletrobras.
O presidente se referiu à venda dessa estatal como “bandidagem, irracional e maquiavélica”.
Lula, com essa disposição, agrada diretamente sua base sindical. Faixas a favor da reestatização da Eletrobras são vistas o tempo inteiro nos atos que participa desde a campanha eleitoral.
“Lula, por um Brasil soberano reestatize a Eletrobras” – diz a faixa acima, estampada em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante sua diplomação, em 12 de dezembro do ano passado.
Há uma semana, ao assinar no Planalto a criação do Conselho de Participação Social, que tem a participação de 57 movimentos populares, Lula viu à sua frente várias faixas contra a privatização da empresa.
Lula fez algo parecido quando recebeu sindicalistas também no Planalto, com velhos amigos do movimento que atuou.
“Vamos voltar a negociar” – disse o presidente nesse dia.
Ontem, foi reinstalada a Mesa Permanente de Negociação, que irá discutir reajuste dos servidores públicos e que existiu durante seus dois primeiros mandatos.
Neste primeiro mês de mandato, se vê um Lula muito voltado para os seus e atendendo demandas que estavam restritas até agora a faixas de manifestantes.