Amigo de Bolsonaro é barrado na posse no STF, dispara ligação e entra
Waldir Ferraz, o “Jacaré”, há 30 anos é amigo da “cozinha” do presidente; ele disse que já está “acostumado” em ser barrado em Brasília
atualizado
Compartilhar notícia
Misto de assessor e homem de confiança de Jair Bolsonaro há 30 anos, Waldir Luiz Ferraz tem as portas dos palácios de Brasília franqueadas pelo amigão presidente da República. Da “cozinha do presidente”, como se diz, Waldir Jacaré, assim é conhecido, viveu minutos de leve dissabor na tarde desta quinta-feira ao tentar no Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar a posse de André Mendonça.
Ele trabalha no escritório do presidente no Rio ao longo dessas décadas e passa pelo menos uma semana por mês em Brasília.
Alto, esguio e magro, Jacaré evitou o tapete vermelho e corredor dos guardas pomposos dos homens do Batalhão da Guarda Presidencial. Foi pelo canto esquerdo, acenou com o dedo para um segurança lá dentro. Se aproximou, mas foi barrado, a princípio. Conversa vai, conversa vem, nada. Ainda foi advertido por estar sem máscara, e a passou a usá-la na sequência.
Diante da negativa dos seguranças, Jacaré pegou o celular, fez uma ligação e, pronto, entrada liberada. Toda a cena foi acompanhada pelo Blog do Noblat.
Na saída, abordado pela reportagem, Jacaré, sem demonstração irada por ter sido barrado, comentou.
“Pois é. É sempre assim. Esqueci o convite” – disse Jacaré, que ainda “culpou” o presidente.
“Pô, eu ia vir a pé com ele do Planalto. Cheguei lá, ele já tinha vindo de carro. Paciência”.
Jacaré ainda fez questão, no final, de pedir para alguém filmá-lo descendo a rampa da entrada do STF. Não gostou da primeira versão.
“Tô de focinheira (máscara)”.
Voltou e fez outro take.
No tapete vermelho.