Aliados de Bolsonaro preservam “Abin Paralela” por medo de áudio
Temem que áudio gravado por Alexandre Ramagem tenha mais indícios da arapongagem bolsonarista
atualizado
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A reação dos bolsonaristas à revelação de que Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e atualmente deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, gravou Jair Bolsonaro (PL), foi considerada tímida por aliados do ex-presidente.
O receio é que a Polícia Federal (PF) não tenha incluído todo o conteúdo do áudio no relatório que se tornou público na última quinta-feira (11/07). Até agora, o que se descobriu é que Ramagem tentou interferir no caso de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) relacionado às “rachadinhas” em seu gabinete.
O diálogo, parcialmente divulgado, mostra que a chamada “Abin Paralela” agiu para conter uma investigação da Receita Federal que elaborava um relatório contra o senador e filho do ex-presidente sobre o desvio de parte dos salários de ex-funcionários na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
“Neste áudio, é possível identificar a atuação do Del. ALEXANDRE RAMAGEM indicando, em suma, que seria necessária a instauração de procedimento administrativo contra os auditores da Receita com o objetivo de anular a investigação, bem como retirar alguns auditores de seus respectivos cargos”, diz o relatório da PF.
Os bolsonaristas responderam à divulgação do relatório da PF apenas por “vias oficiais”. O próprio Jair Bolsonaro não mencionou o caso nem mesmo na sua conta oficial no X. Apenas Carlos Bolsonaro, vereador pela cidade do Rio de Janeiro, defendeu o pai, limitando-se a criticar a imprensa que noticiou o caso.
A aliados, o ex-presidente expressou irritação com Ramagem. Conforme o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, relatou, Bolsonaro afirmou que o deputado federal gravou sem autorização a reunião entre eles e o ex-ministro Augusto Heleno em outubro de 2020, no Palácio do Planalto.