Além de joias e ataque às urnas, Bolsonaro tem mais preocupações na PF
Agentes apostam que troca de PGR pode acelerar investigação sobre interferência na Polícia Federal
atualizado
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A investigação mais antiga contra Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal (PF) pode ganhar novas direções em setembro, com a troca do procurador-geral da República. O inquérito que apura a suposta interferência na PF completou três anos em abril e foi rejeitado pelo atual PGR, Augusto Aras, que já pediu o arquivamento do caso. Agentes próximos à investigação apostam que as apurações podem avançar com um novo procurador escolhido por Lula (PT).
O caso teve origem em abril de 2020, quando o então ministro da Justiça, Sergio Moro, se demitiu e acusou Jair Bolsonaro de interferir na PF. Segundo o Moro da época, o ex-presidente buscava acesso às investigações em andamento para “beneficiar aliados”.
O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso no Supremo Tribunal Federal. Em setembro de 2022, ele recebeu de Lindôra Araújo, a vice-procuradora-geral da República, um pedido para arquivar o inquérito, alegando que não era possível imputar a prática de crimes a Bolsonaro —ou a Moro.
A substituição do chefe da Procuradoria-Geral da República poderia dar um novo impulso ao caso, conforme ponderam agentes da PF, uma vez que não haveria “obstáculos” vindos do Ministério Público.
A esperança é que o presidente Lula não reconduza Aras ao cargo. As chances, hoje, são consideradas pequenas, mas mesmo dentro do governo já houve preferência pelo baiano, como já demonstraram o ministro Rui Costa e o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Lula deverá escolher o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet —tido como favorito. Correm por fora os subprocuradores-gerais da República Antonio Carlos Bigonha e Mário Bonsaglia.