Acusações contra 10 deputados paradas por falta de Conselho de Ética
Parlamentares alvos de ação de partidos da esquerda são todos bolsonaristas
atualizado
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Pelo menos 10 acusações contra deputados que podem ter quebrado o decoro parlamentar estão paradas na Câmara pela falta do Conselho de Ética. Dois meses após a posse da nova legislatura, os partidos sequer indicaram representantes para esse colegiado, que está parado desde 2022.
Siglas da base do governo anunciaram ou representaram contra 10 deputados da oposição, por razões diversas. Algumas das acusações são de relevo, casos dos quatro bolsonaristas acusados de incentivar ou participar dos atos terroristas de 8 de janeiro, e também de Nikolas Ferreira (PL-MG), que fez um discurso transfóbico com uma peruca na tribuna da Câmara. Ele nega.
Outro caso que aguarda a instalação do Conselho de Ética envolve Julia Zanatta (PL-SC), que postou uma foto segurando metralhadora e vestindo camiseta com a imagem de uma mão com quatro dedos alvejada por três tiros, remetendo ao presidente Lula.
“Uma parlamentar que toma uma atitude dessas precisa ser responsabilizada. A bancada do PSol acionou o Conselho de Ética para que ela arque com as consequências de seu preconceito e incitação à violência. Vamos enfrentar o bolsonarismo em todas as esferas, inclusive aqui na Câmara”, afirma o líder Guilherme Boulos.
A deputada nega a acusação e diz que sequer citou o nome de Lula.
Os partidos de esquerda, em especial o PSol, são autores dessas ações, que estão paradas na Mesa da Câmara. Nem uma sequer foi numerada até agora. Ou seja, não existe ainda a ação número 001 do conselho.
O PSol também é autor da ação contra os quatro acusados – duas deputadas e dois deputados – de envolvimento no 8 de janeiro: Sílvia Waiãpi (PL-AP) e Clarrissa Tércio (PP-PE), e os deputados Abílio Brunini (PL-MT) e André Fernandes (PL-CE). Todos negam a acusação do partido de esquerda.
O deputado Marco Feliciano (PL-SP) também deverá ser alvo no conselho pelo conteúdo com que se referiu à ministra da Cultura, Margareth Menezes. Ele se referiu assim à ministra:
“Eu quero saber o que ela é. Eu sei que é uma mulher. Eu não sei se pode ser chamada de mulher ou não.”
Os outros parlamentares alvos de representações são Sargento Fahur (PSD-PR), Mauricio Marcon (Podemos-RS) e José Medeiros (PL-MT).