Absolvição de Nikolas e Zambelli no Conselho de Ética gera rixa no PT
Vice-presidente nacional do partido defendeu arquivar processos contra os dois bolsonaristas
atualizado
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A sessão de ontem (09/08) do Conselho de Ética da Câmara gerou intenso debate dentro do Partido dos Trabalhadores. Os deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-SP) foram salvos de seus processos (leia mais abaixo) com uma posição contundente e favorável de um dos nomes do PT na casa: Washington Quaquá (PT-RJ), vice-presidente nacional do partido.
Quaquá disse que por “questão pedagógica” o Conselho teria que arquivar todos os processos analisados naquela tarde, inclusive os dos dois bolsonaristas. O deputado, no entanto, deixou claro que aquela era sua posição e não a do PT.
“Por uma questão pedagógica, de alerta aos deputados, que eu acho que nós não temos que admitir nenhuma [representação]” – Washington Quaquá
A fala realmente não representava a posição do PT. Horas depois da sessão, Quaquá foi enquadrado por lideranças do partido na Câmara, como Zeca Dirceu (PT-PR). Coube a Gleisi Hoffmann dizer publicamente que a Câmara perdeu uma grande chance de dar uma punição pedagógica a Nikolas Ferreira.
“Absurdo a Câmara não colocar um freio nessa gente que acha que tudo pode” – Gleisi Hoffmann
O nome de Quaquá foi parar nos trends topics do Twitter, como o segundo assunto mais comentado da rede social. Os comentários chamavam de “ridículo”, “grave” e “absurdo” o posicionamento do deputado.
Quaquá já havia tomado um puxão de orelha do partido, quando em fevereiro posou com Eduardo Pazuello (PL-RJ) em uma foto sorridente.
Relembre os casos
Carla Zambelli: foi denunciada por quebra de decoro por mandar o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) “tomar no cu”. A discussão grotesca se deu em 11 de abril, quando o ministro da Justiça Flávio Dino visitava a Câmara.
Nikolas Ferreira: fez um discurso transfóbico, em pleno 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Subiu à tribuna da Câmara e usou uma peruca para atacar mulheres trans.