A vitória de Milei e o ânimo bolsonarista; resta comemorar
Rede bolsonarista festeja vitória do novo presidente argentino, mas se esquece que seu principal líder segue inelegível
atualizado
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A vitória de Javier Milei nas eleições presidenciais argentinas mexeu com as redes sociais de bolsonaristas e militantes da extrema direita. Durante a noite de domingo (19/11), depois da divulgação do resultado oficial, sete dos 10 principais assuntos mais comentados no X (antigo Twitter) eram sobre a eleição argentina – a maioria de felicitações brasileiras.
A onda foi puxada principalmente depois da postagem de Jair Bolsonaro (PL) dizendo que a “esperança volta a brilhar na América do Sul”. “Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós”, escreveu o ex-presidente.
Como o blog mostrou, o governo espera pouco impacto político pela vitória de Milei por aqui. A avaliação é que a direita brasileira encontra-se fragilizada, incapaz de protagonizar uma reviravolta no país.
O governo entende que haverá um alvoroço nos demais países da América do Sul, mas isso não significará uma “virada de mesa” da direita. Na visão do governo, o impacto de uma eventual vitória de Donald Trump em novembro de 2024 é considerado muito mais relevante.
Pesa-se o fato também de Jair Bolsonaro estar inelegível e nem o PL, seu partido, confiar em uma reviravolta no Tribunal Superior Eleitoral. Na visão pessimista de alguns aliados, Bolsonaro está mais próximo da cadeia do que do Palácio do Planalto.
Resta comemorar
O advogado de Bolsonaro e potencial vice de Ricardo Nunes, em São Paulo, Fabio Wajngarten, também usou o X para comemorar a vitória de Milei. Disse que “voltaremos” (em referência à extrema direita no Brasil) e criticou Lula (PT) por sua postagem após o resultado oficial.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também citou o ex-presidente dos Estados Unidos e disse que “esquerda destrói o país, depois vem um candidato de direita, arruma a bagunça, perde as eleições e a esquerda retorna ao poder com a casa arrumada”.
O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy (PL-RJ), escreveu que a “Argentina disse não ao projeto de continuidade à destruição comunista”. Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou que o “fim do kirchnerismo na Argentina representa uma luz para todo o continente”. Mario Frias (PL-SP) escreveu: “Viva la libertad carajo!”.