A desistência de Uchôa, a autofagia da esquerda e o Rio de Janeiro
Renúncia da candidatura de jornalista, anunciada ontem, frustrou e exibiu que a oposição segue com dificuldade em se unificar
atualizado
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Quando o jornalista Marcos Uchôa anunciou sua candidatura a deputado federal, pelo PSB, houve uma acolhida imediata em boa parte de eleitores, cidadãos e na sociedade.
Uchôa é um reconhecido e competente profissional, tem uma carreira sólida, experiências diversas e bagagem de sobra para contribuir com a vida pública. Raro termos perfis assim no universo político. E poucos jornalistas se arriscam.
Sua renúncia em disputar o cargo, anunciada ontem por ele, frustrou. Seu argumento é infalível: o partido faltou com ele. Prometeu e não entregou recursos para viabilizar seu nome, que deveria ser prioridade.
O jornalista era tido como um “puxador de votos”, ou seja, estaria entre os mais votados e poderia ajudar a eleger outros. Outra conjunção difícil, unir qualidade e quantidade. Geralmente, puxadores de votos são personalidades com outras características, um velho conhecido da política, alguém do mundo artístico, parente de presidente…
Com a exclusão da opção de Uchôa, a esquerda volta a se mostrar autofágica. Perde-se um excelente quadro.
Sem entrar muito no mérito na confusão da esquerda no Rio de Janeiro – a disputa entre André Ceciliano (PT) e Alessandro Molon (PSB) para o Senado e as consequências decorrentes disso, que parece ter atingido Uchôa, salvo engano – a boa política perdeu.
E, dados os números das pesquisas, parece que vão perder todos.