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Livro “Sem máscara” relata bastidores do governo em meio à pandemia

Jornalista Guilherme Amado, colunista do Metrópoles, conta o comportamento de Bolsonaro e seu grupo na condução, ou não-condução, da Covid

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil. Ele tem cabelos curtos, grisalhos e tem a pele clara -metrópoles
1 de 1 Jair Bolsonaro, presidente do Brasil. Ele tem cabelos curtos, grisalhos e tem a pele clara -metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Estou passando aqui um abaixo-assinado e quero saber quais ministros estão comigo e com o presidente. Porque a gente vai para o confronto com o Supremo (STF). Ou a gente prende eles [os ministros] ou eles prendem a gente”.

Essa frase é do ex-ministro Abraham Weintraub (Educação), num momento em que o presidente Jair Bolsonaro listava os poderes que o STF havia lhe retirado, segundo seu entendimento.

E não parou aí. E seguiu, com ameaças.

“Eles estão me cercando. Vão me prender. Depois vão prender cada um de vocês. Eles querem prender o presidente. A gente tem que ir para o pau, quero ver quem está com a gente” – disse Weintraub, numa desesperada tentativa de se salvar no cargo. O episódio ocorreu três semanas antes dele deixar o país, foragido para os Estados Unidos, em  junho de 2020.

As declarações de Weintraub, uma tentativa de o então ministro mobilizar o governo em sua defesa, é um dos episódios contados no livro “Sem máscara. O governo Bolsonaro e sua aposta pelo caos”, obra do jornalista Guilherme Amado, colunista do Metrópoles, que será lançado este mês pela Companhia das Letras.

O desfecho dessa história do barulhento Weintraub: o movimento do ex do MEC não foi avante. Sua tentativa de mobilização foi frustrada pelo “colega” de Esplanada Paulo Guedes (Economia), que rechaçou a ideia sem pestanejar e matou no nascedouro a “intentona” do agora ex-ministro. Com requintes cruéis.

“Weintraub, eu vou levar cigarro prá você na cadeia, vou levar guaraná, mas nem fodendo você vai interferir na democracia brasileira. O presidente representa a democracia. […] Presidente, o senhor tem que seguir a Constituição. Deixa eles saírem da Constituição. Quanto mais eles saírem, mais contundente será a perda para eles. […] Se você tá brigando com o Supremo, você paga por isso. Já vi soldado morrer por causa de general, mas general morrer por causa de soldado, nunca vi, não”.

O livro de Amado traz bastidores do governo desde a eclosão da epidemia da Covid-19, que colocou o governo de cabeça para baixo. Relata passagens dos bastidores dessa gestão que apostou no caos e não na ciência num momento crucial.

“Sem máscara” será lançado agora na segunda quinzena de maio. Tem 448 páginas. A capa do livro é de Alceu Chiesorin Nunes.

Guilherme Amado é um jornalista premiado e cobre os bastidores da política e seus arredores. Já passou pelas redações do O Globo, Época, Veja e Extra. É diretor na Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Também é John S. Knight Journalism Fellow na Universidade Stanford e integra o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).

Livro "Sem máscara", de Guilherme Amado

 

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