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Covid: durante enterro do pai, filhos recebem notícia da morte da mãe

Família moradora do Sol Nascente está de luto. O casal vítima do novo coronavírus estava junto há 47 anos

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
francisca e antonio
1 de 1 francisca e antonio - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Uma família do Distrito Federal vive o descontrole da pandemia de Covid-19 no Brasil de forma dolorosa. Depois de perderem o patriarca para a doença, os Nunes, moradores do Sol Nascente, receberam a notícia do óbito da mãe quando ainda estavam concluindo o enterro do pai.

A morte do aposentado Antônio Nunes, 67 anos, aconteceu menos de 24 horas antes do falecimento da esposa, a dona de casa Francisca Nunes, 54. O sepultamento dele foi feito no sábado (3/4); o dela, no domingo de Páscoa.

Casados havia 47 anos, Antônio e Francisca deixam quatro filhos e sete netos. Todos moram no mesmo condomínio, no Sol Nascente. “Nossa família está muito abalada. Não é normal enterrar o pai num dia e a mãe no outro”, lamenta a auxiliar de limpeza Lucineide Nunes, 46, filha do casal.

Antônio e Francisca eram maranhenses. Eles tiveram contato com o coronavírus numa viagem à terra natal com o objetivo de buscar uma irmã de Antônio – Maria Azevedo Silva, 81 – a fim de trazê-la para Brasília.

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Como estava há mais tempo com a doença, Maria foi a primeira a procurar ajuda médica, no início de março. Ela faleceu uma semana depois. Os dois estavam internados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Amor

A família conseguiu juntar o leito deles dentro do hospital, mas isso durou pouco, porque logo Antônio precisou ser transferido para uma unidade de terapia intensiva. “Na UTI, a fisioterapeuta conseguiu fazer uma videochamada entre meu pai e minha mãe, e todos se emocionaram muito em ver o amor dos dois”, lembra Lucineide.

“A médica falou que fez de tudo para salvar os dois, porque viu esse amor e cuidado entre eles e a família. Os filhos, o genro, a nora, os netos, todos se prontificaram a cuidar até o último momento”, relata.

Agora, a família busca superar o luto e honrar a memória dos fundadores da família. “Quando eles estavam vivos, a gente dizia que quando um morresse o outro iria logo em seguida, e foi o que aconteceu. Estamos vivendo um luto, porque nossos pais eram muito amados. Nosso condomínio não será mais o mesmo”, destacou Lucineide.

 

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