Os depoimentos da CPI da Covid recomeçam nesta terça-feira (11/5) com a presença do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres
Na quarta (12/5), o ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten responderá as questões dos senadores e, na quinta (13/5), um representante da farmacêutica Pfizer, uma das fornecedoras de vacina contra a Covid-19 no Brasil, será ouvido
A primeira semana da CPI da Covid já rendeu discussões importantes. Os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich foram sabatinados. O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também prestou informações aos senadores. Enquanto, Eduardo Pazuello pediu para adiar o depoimento
A CPI começou na terça-feira (4/5) com um bate-boca entre os senadores. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o líder do Centrão, senador Ciro Nogueira (PP-PI), discutiram sobre o andamento dos trabalhos
Após acertarem a ordem dos trabalhos, Mandetta conversou com os senadores. O médico afirmou que Bolsonaro sabia da projeção de 180 mil mortos pela Covid-19 até o fim de 2020. O ex-chefe da pasta reiterou que a decisão de aumentar a produção de cloroquina ocorreu “à margem do ministério”
De acordo com Mandetta, Bolsonaro sugeriu a mudança na bula da hidroxicloroquina para que o medicamento fosse indicado ao tratamento contra o novo coronavírus. Por fim, o médico criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes: “Desonesto intelectualmente e pequeno para o cargo que ocupa”
Ainda na terça-feira, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello comunicou que não iria comparecer à CPI da Covid. Em ofício, o militar revelou ter tido contato com pessoas infectadas pelo novo coronavírus, por isso o depoimento foi adiado em 15 dias
Na quarta-feira (5/5), o ex-ministro Nelson Teich se submeteu à sabatina. O médico afirmou que o desejo do governo em ampliar o uso da cloroquina o fez pedir demissão, após 29 dias na pasta. “Esse pedido refletia uma falta de autonomia, de liderança”, disse
Teich afirmou ainda que ninguém no ministério sabia da decisão do presidente de incluir academias, salões de beleza e barbearias como atividades essenciais à população, o que fez com que esses serviços pudessem voltar a funcionar durante a pandemia
Na quarta-feira, a CPI precisou ser suspensa por causa de outro bate-boca. Desta vez sobre a inserção de parlamentares mulheres na lista de inscrição para fazer perguntas ao ex-ministro da Saúde Nelson Teich
Na quinta-feira (6/5), o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, marcou presença na CPI e se esquivou de algumas perguntas. Quando questionado sobre o uso da cloroquina, o médico evitou responder de forma objetiva, mas disse que não autorizou a distribuição do medicamento na gestão dele
“Eu não faço juízo de valor acerca da opinião do presidente da República [sobre distribuir cloroquina a pacientes com Covid-19]. Essa é uma questão técnica”, disse Queiroga
O ministro ainda disse à CPI que presenciou Bolsonaro falar sobre tratamento precoce uma vez e que nunca o viu ir contra medidas sanitárias. Porém, vídeos revelam que Queiroga estava presente quando Bolsonaro falou sobre cloroquina e reclamou de máscaras e lockdown
O atual ministro também comentou sobre a vacinação, e revelou ser contra a quebra de patentes.
Ele ainda afirmou que o Brasil tem 430 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 contratadas
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia. Nas próximas semanas, ainda estão previstos os depoimentos do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo