Rebeca Andrade nasceu em Guarulhos (SP) e cresceu ao lado de seis irmãos. Aos 3 anos, já sabia dar estrelinha sem encostar as mãos no chão
O pai da ginasta nunca foi presente, e a mãe dela, Rosa Santos, a criou sozinha. Empregada doméstica, ela andava a pé para a filha ter dinheiro para pegar a condução
Quando Rebeca completou 9 anos, Rosa teve coragem de deixar a filha se mudar sozinha para Curitiba e seguir o sonho de se tornar ginasta
Na época, Rosa recebeu muitas críticas e chegaram a chamá-la de louca. "Mas eu tive a sabedoria e a mente aberta para deixar minha filha seguir seus sonhos. Eu deixei que ela voasse atrás de um objetivo", disse ao Uol
Os irmãos de Rebeca também foram fundamentais para auxiliá-la no processo. Eles caminhavam duas horas para acompanhar a atleta nos treinos
Rebeca já fez três cirurgias e a última aconteceu meses antes da Olimpíada, obrigando a atleta a ficar afastada dos treinos
A campeã olímpica chegou a pensar em desistir da ginástica, mas Rosa dizia que era para Rebeca continuar tentando
"Você não pode desistir sem tentar. Só acabou para você depois que você se recuperar e treinar. Vai conhecer seu corpo novamente", disse a mãe da ginasta no Encontro com Fátima Bernardes
A ginasta também aproveitou a pandemia para aprender a controlar a ansiedade com muita terapia. “Esse período foi incrível para mim. Pude me cuidar, me conhecer melhor, saber o que era bom, o que era ruim. Eu me conectei comigo mesma, e hoje a gente vê o resultado disso”
Rebeca ganhou medalha de prata em Tóquio e virou a primeira ginasta brasileira a subir no pódio da Olimpíada
Ela reconhece o esforço de toda a geração que veio antes dela: “Todas as pessoas que já passaram pela ginástica feminina do Brasil se veem aqui nessa medalha, estão se sentindo orgulhosas de mim e fazendo parte dessa história. Estou só continuando, dando mais um passo na nossa geração”