Caso não tivesse, em 2018, falecido em virtude de insuficiência respiratória, Dona Ivone Lara completaria 100 anos nesta quarta-feira, 13 de abril
Para comemorar, o Metrópoles elenca a seguir 12 curiosidades sobre a vida da lendária sambista
Dona Ivone Lara nasceu em 1922, mas sua mãe antecipou em um ano seu registro de nascimento, para que ela pudesse entrar no colégio
Isso causou confusão quanto à real data de nascimento da artista e ao seu centenário, que vem sendo comemorado desde o ano passado
Filha de uma costureira e cantora, e de um mecânico de bicicletas, violonista amador, Ivone ficou órfã muito cedo. Aos 3 anos, perdeu o pai e, aos 9, a mãe
Dona Ivone estudou em um colégio interno até os 17 anos. Ao sair, passou a morar com o primo Dionísio, o Fuleiro, que tinha um grupo de chorinho com Pixinguinha e Donga
Aos 23, passou a frequentar e compor sambas para o Prazer da Serrinha, que mais tarde daria origem à escola de samba Império Serrano. As letras, no entanto, eram assinadas pelo primo, já que não se admitiam mulheres entre os compositores
Cansada de compor e não receber créditos por isso, Dona Ivone desafiou a falta de reconhecimento das escolas de samba às mulheres 20 anos após ingressar na Império Serrano
Como resultado, foi a primeira mulher a ser aceita na ala de compositores de uma agremiação carnavalesca, e aclamada madrinha em 1968 pela escola de Madureira
O que poucos sabem é que a dama do samba passou a dedicar-se exclusivamente à música somente aos 56 anos de idade, lançando seu primeiro disco, Samba Minha Verdade, Samba Minha Raiz
Formada em Enfermagem e Serviço Social, ela trabalhou na área da saúde em hospitais psiquiátricos, nos períodos de 1947 a 1977, e atuou no Serviço Nacional de Doenças Mentais com a doutora Nise da Silveira
Com isso, teve um papel importante na luta antimanicomial no Brasil. Uma parte dessa história foi contada no filme Nise - O Coração da Loucura (2015), em que Ivone é interpretada pela atriz Roberta Rodrigues
Casou-se em 4 de dezembro de 1947 com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da escola de samba Prazer da Serrinha, com quem teve dois filhos, Alfredo e Odir
Carioca, a sambista teve uma relação de amor com Brasília, cidade que visitou pela primeira vez em 1978. Depois, voltou incontáveis vezes, para fazer shows
Ela se apresentou nas salas Villa-Lobos e Martins Penna do Teatro Nacional, no Bar do Calaf e no Feitiço Mineiro, onde tomou parte do projeto Gente do Samba