Você não pode deixar de assistir à minissérie LGBT “When We Rise”
Com roteiro de Dustin Lance Black (do filme “Milk”) e direção de Gus Van Sant
atualizado
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A minissérie “When We Rise” (“Quando fazemos história”) retrata a histórica luta pelos direitos dos LGBTs nos Estados Unidos, desde as expectativas posteriores a Stonewall até a aprovação do casamento igualitário em 2013. Quarenta anos de luta contadas em oito episódios e três personagens com problemas bem diferentes, mas que percebem que são mais fortes unindo suas lutas.
Com roteiro de Dustin Lance Black (do filme “Milk”) e direção de Gus Van Sant (vencedor da Palma de Ouro de Cannes), o formato desse trabalho parece quase um docudrama, no sentindo de que a história com os personagens fica sempre em segundo plano em comparação à aula de história. Acontece um desfile de datas e personagens e não se poupa tempo para explicar exatamente o que está acontecendo e o que isso representa para eles/nós.Um garoto gay branco que sai de casa para não ser internado pelo pai psiquiatra, que quer tratá-lo com eletrochoque; uma garota lésbica que luta dentro do movimento feminista para não ser expulsa dele, acusada de subvertê-lo por conta da sua orientação sexual; e um homem negro integrante das forças armadas enfrentando as regras homofóbicas da instituição, a própria religiosidade para se aceitar, além do racismo em todas as demais instâncias da sociedade americana. Estes três se encontram em Los Angeles — considerado um paraíso libertário LGBT no início dos anos 1970 –, sem saberem que ali será seu campo de batalha, com direito a violência e várias mortes ao longo do caminho.
Tudo bem que a minissérie conta a história da luta norte-americana, mas não dá para negar a influência da forma dos LGBTs de lá se posicionarem politicamente na forma que os movimentos se organizaram no Brasil. A relação com a própria cultura pop, a necessidade de uma organização politizada para conquistar o direito dos soropositivos de serem tratados como seres humanos, até a atual definição de transgêneros e a explosiva cultura drag é uma forte influência norte americana.
Assim como a batalha pela “moralidade” e contra as drogas, promovida pelos conservadores liderados pelo presidente Regan, que colocavam os guetos gays como paraísos da perdição e degradação das famílias, justificando a violenta repressão policial, também rebatida com violência nas manifestações.
Uma ótima aula de história, obrigatória a todos que querem entender um pouco como chegamos onde estamos hoje. É muito interessante ver como o passado é retratado pelo presente, pois para nós pode ficar mais claro quem nos trouxe até o lugar que nos encontramos e talvez deixar mais clara a decisão de qual caminho vamos tomar daqui para a frente.