Thiago Coacci torna a ciência acessível no podcast Larvas Incendiadas

Existe um podcast em que intelectuais, pensadores e pesquisadores apresentam seus trabalhos com temas voltados a gênero e sexualidade em toda a sua complexidade. É o Larvas Incendiadas, apresentado pelo mineiro Thiago Coacci.

Thiago é formado em direito, fez mestrado e doutorado em ciência política e, atualmente, dá aula na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como professor substituto. Logo ele sentiu que artigos, teses, livros e congressos são maravilhosos, porém atingem um público muito restrito. Em defesa da função pública da ciência, o magistrado encontrou esta alternativa para aproximar sociedade e pesquisadores. Se lembrarmos que, muitas vezes, os cidadãos são os financiadores de pesquisas feitas em instituições com o dinheiro do povo, nada mais justo que elas sejam acessíveis.

Inclusive, o nome do podcast veio do poema Aula, de Manoel de Barros, em que um professor resolve descartar a linguagem literária por não ser mais adequada para falar das coisas do mundo, sugerindo sua substituição por uma linguagem de “larvas incendiadas”, mais condizente com a realidade. Coacci disse que esse texto é sua grande inspiração.

O primeiro programa foi logo com a incrível professora da Universidade de Brasília Tatiana Lionço, e, nos demais, tem gente da qualidade do advogado Paulo Iotti (responsável pelos processos de criminalização da homofobia no Supremo Tribunal Federal). A cada 15 dias tem um novo episódio. Os temas dos papos transcendem a questão LGBT. Há papos sobre pessoas com deficiência e sexualidade, e sobre violência contra mulher.

Para manter o podcast funcionando, Thiago banca tudo do seu próprio bolso: o equipamento, um profissional para editar as conversas, etc. Mas ele também abriu espaço para pessoas colaborarem com o custo, uma prática comum em programas do gênero. Para doar, clique aqui. E se levarmos em conta a situação do financiamento da pesquisa no nosso país, podemos dizer que ele faz um milagre. Só que, infelizmente, uma hora o milagre pode falhar.

Se você se interessa em ajudar, há outras formas além de dinheiro. Pode compartilhar os posts nas redes sociais, por exemplo. Ou é só entrar em contato com ele por meio do e-mail larvasincendiadas@yandex.com e perguntar como. As entrevistas estão no Twitter e no Facebook.