Suicídio entre jovens caiu nos EUA após legalização do casamento gay

Pesquisa recente feita pela Faculdade de Medicina Johns Hopkins, nos EUA, e apresentada no periódico Jama Pediatrics, analisou a relação entre a legalização do casamento igualitário no país em 2015 e a redução de suicídios entre alunos do ensino médio. Os resultados são impressionantes, sobretudo entre gays, lésbicas e bissexuais.

Os pesquisadores analisaram dados a partir de 1999, cinco anos antes da primeira lei estadual a regulamentar este tipo de união. As estatísticas mostraram que os estados que resistiram à legalização não reduziram os números de incidência de suicídios entre jovens, diferentemente dos estados que aprovaram.

A taxa de redução foi, em média geral, de 7%, e entre homossexuais e bissexuais foi de 14%. Detalhe que a população trans não foi incluída na pesquisa.

Já foi abordado aqui na coluna a questão da maior incidência de suicídio entre jovens LGBTs. Essa pesquisa apenas reforça a influência das políticas públicas sobre o comportamento da população. Um jovem que se sente excluído por ser diferente, ao se ver amparado pela legislação de seu país, não se sentirá privilegiado (como muitos teimam em dizer), mas contemplado em seus direitos. Um cidadão completo.

O nosso Senado Federal está prestes a votar finalmente a mudança da definição de casamento do Código Civil, excluindo a exigência que seja a união apenas entre “homem e mulher”. O STF já proibiu os cartórios de se recusarem a realizar a união estável homoafetiva. Se aprovado, o Congresso estará apenas regulando no direito a situação de fato, como a Suprema Corte já fez.

Para além das implicações jurídicas da legalização do casamento homoafetivo, há o elemento estudado nesta pesquisa. Milhares de vidas poupadas pela alteração das leis que lhes neguem um direito simplesmente pela sua orientação sexual. Este momento não pode tardar mais.