Só adultos se chocaram com o beijo da Disney. As crianças nem ligaram

Na semana passada, pela primeira vez na história, o Disney Channel colocou um beijo entre um casal gay em seus desenhos. Foi no episódio “Just Friends” (Apenas amigos) do desenho “Star vs. As forças do Mal”.

A Disney sempre foi um símbolo de conservadorismo – todo mundo sabe – e foi por isso que a notícia causou tanto estranhamento. Seu fundador, Walt, não se permitia nem ser visto fumando para não dar mau exemplo. Foi um choque ao constatar que esta empresa, que nunca questiona os padrões vigentes, agora expande seus modelos.

Porém, não é a primeira vez que um casal homoafetivo aparece em desenhos. O “The Loud House” do canal Nickelodeon colocou os pais do personagem Clyde como um casal formado por dois homens. Mas a gente sabe que dizer que fulano e sicrano são um casal é algo que gera menos estranhamento do que demonstração de carinho explícito.

Muita gente insiste na mentira de que carinho homoafetivo vai transformar crianças em homossexuais – como se isso fosse possível. Tudo o que uma criança vai aprender ao ver dois homens ou duas mulheres se beijando é que se ele sentir vontade de beijar alguém do mesmo gênero, tudo bem. E principalmente que ele não deve tratar ninguém de forma diferente ou violenta por este motivo.

O desenho nem passou no Brasil, mas já gerou reações, como a de um pastor lgbtfóbico indiciado pela Polícia Federal por lavagem de dinheiro. Esse pastor costuma elogiar os EUA e chamá-lo de “primeiro mundo, exemplo a ser seguido”. Agora ele quer expor o plano da Disney de “incentivar o homossexualismo”.

E finalmente, as crianças: o que elas acharam disso? Segundo a revista Attitude – publicação de cultura pop mais voltada para o público LGBT -, o episódio causou grande controvérsia entre os jovens americanos. Eles ficaram revoltados porque Star e Marco não terminaram juntos no final do episódio.

Isso sim é que é um justificado motivo de revolta.