Instituto LGBT+ ganha sede: conheça o terreiro cultural
Espaço de preservação da memória e promoção da identidade LGBT fica no Setor Comercial Sul
atualizado
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O Instituto Cultura Arte Memória LGBT+ (Instituto LGBT+), que existe desde 2017, conta agora com sede própria. Inaugurado em 30 de novembro de 2018, o espaço é definido como um “terreiro cultural” e abriu as portas com o Festival Urbana: o Corpo e a Criação da Liberdade.
Para quem achou estranho falar em “terreiro cultural”, terreiro “é uma palavra que remete diretamente a uma noção afrodiaspórica de memória, significando ao mesmo tempo espaço de cultivo, comunidade e um local de reencontro e festejo com nossas ancestrais”, esclarece Felipe Areda, idealizador do Instituto LGBT+.
O que antes existia por meio de cursos em locais variados, agora tem um espaço e oferta dança, teatro, oficinas de memória LGBT+ e até uma biblioteca própria – com mais de mil publicações e abertura marcada para março deste ano. O local já acolhe cinco casas de Vogue, o coral LGBT+ e um grupo de teatro – todos realizam atividades abertas.
O Ateliê de Dança Carlinhos Machado já está em pleno funcionamento. O local é dedicado à memória da comunidade LGBT+ e sua relação com a dança. Carlinhos “foi um dançarino negro e gay que foi assassinado em 1987, com os pés e mão amarrados. Ele foi membro das Dzi Croquettes e foi o coreógrafo da icônica novela Dancing Days. O corpo liberto de Carlinhos vive em nossos corpos dançantes”, afirma Areda.
O instituto, existindo dentro do meio acadêmico – sua sede é na Casa da América Latina (CAL) no Setor Comercial Sul –, pode surpreender pelos seus métodos de trabalho. Mas quem o frequenta desde o início percebe que há uma intenção de trazer de volta momentos, lugares e pessoas muitas vezes esquecidos por nós mesmos. Felipe sempre desejou ter a sede no Setor Comercial Sul, ponto tradicional de presença e resistência LGBT. É abrir espaço para memórias e afetos dentro da pesquisa.
Foi criado também um modo de financiamento para que o instituto se mantenha. É o Mana (Mores que Apoiam Nossa Arte). Se você quiser ser um colaborador, basta entrar no site e se cadastrar. Por apenas R$11 por mês, você ajuda na continuidade das atividades. É muito significativo que nós mesmos banquemos a preservação da nossa memória.
Importante dizer também que toda a reforma do local foi realizada por voluntárias em um mês de trabalho ininterrupto. E o projeto foi selecionado pelo Itaú Unibanco, por meio do edital LGBT+ Orgulho, para a constituição da biblioteca, que será modernizada e ampliará seu acervo, permitindo a realização de oito cursos ao longo de 2019.
Para entrar em contato com o Instituto LGBT+, é só ir no site, no Instagram, pelo Facebook ou por meio do e-mail (contato@instituto.lgbt). A CAL fica no SCS Quadra 4, Bloco A, Lote 170, Ed. Anápolis, salas 301 e 302. E o instituto funciona de terças a sextas, das 16h às 22h, e aos sábados, das 10h às 16h.