Governo precisa garantir a segurança de mulheres e LGBTs no Carnaval
As ações de proteção para a folia de 2019 ainda não foram anunciadas
atualizado
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Há um ano, a gente estava discutindo a onda de ataques violentos machistas e LGBTfóbicos nas prévias do Carnaval de Brasília. Na ocasião, ficou prometido um planejamento com antecedência para que casos parecidos não voltassem a ocorrer. Em 2019, já estamos na primeira semana de fevereiro e, até agora, não se ouviu qualquer plano específico para coibir esse tipo de agressão.
Neste ano, o Carnaval acontecerá só no início de março, portanto, o poder público teve bastante tempo para se reunir com órgãos de segurança, blocos e a população a fim de evitar que criminosos façam da festa um banho de sangue, como em 2018. Pelo que se pode acompanhar nos noticiários, até tem acontecido reuniões para discutir a segurança, mas nada quanto a LGBTfobia ou pela segurança das mulheres.
Essas vítimas são as que vão além de roubo ou assalto. São aquelas que apanham porque um macho violento levou um fora ou não tem segurança suficiente para encarar alguém sendo feliz com seu gênero e sexualidade.
O edital que habilitou os blocos deste ano previu, entre outras coisas, campanhas e atitudes na prevenção da violência contra mulheres e LGBTs.
O coletivo de blocos tem feito a sua parte, dando continuidade ao excelente projeto do ano passado Folia com Respeito. Foram produzidas imagens e vídeos de conscientização e dicas para evitar agressões e incentivar denúncias. O material pode ser usado por todos os blocos do Brasil. O projeto lançou também um selo com intuito de identificar se a agremiação é ou não violenta.
No entanto, sem uma ação concreta do GDF, o alcance dessas campanhas fica bastante prejudicado. Possíveis agressores devem se sentir coibidos desde antes das festas, para não terem a sensação de imunidade às punições de agressões a mulheres e LGBTs.
O deputado Fábio Felix, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), através da sua assessoria, informou que está articulando uma audiência pública na CLDF, prevista para o dia 14 de fevereiro, e vai convocar os agentes públicos a informarem os protocolos de segurança, atendimentos e denúncias.
Não podemos esquecer o valoroso trabalho da Decrin, muito presente e atuante contra os crimes de intolerância, e da Delegacia da Mulher.
Ainda não aconteceu a primeira morte. Ainda não sujaram a escada da Rodoviária de sangue. Ainda não estupraram a moça desacordada no bloco. Não vamos esperar acontecer de novo para tomar uma atitude. Ainda dá tempo!