Festival New Queer Cinema: Segunda Onda em cartaz na Caixa Cultural
O cinema se tornou uma das principais formas de divulgação e contestação das barreiras da sexualidade e do gênero. Vem ver os títulos que fazem parte da mostra.
atualizado
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No início do ano, fiz um curso de roteiro para cinema. No último dia de aula, corrigindo o que nós havíamos criado, o professor fez questão de chamar a atenção sobre passagens misóginas ou heteronormativas dos nossos curtas.
Quer dizer que, dentro da formação de um profissional de áudio visual, estas são preocupações modernas e concretas. Foi nesse momento que eu percebi como o cinema se tornou uma das principais formas de divulgação e contestação das barreiras da sexualidade e do gênero. Assim sendo, é muito importante falar que nesta quarta-feira (13/7) começa o festival New Queer Cinema: Segunda Onda, na Caixa Cultural.
A seleção privilegiou as produções das mais variadas partes do mundo sobre o assunto do período dos anos 1980 e 1990, dando um panorama mais global e divergente. Trazendo filmes mais populares como “Meninos não choram” e “Kids”, também terá produções curiosas para os nossos olhos ocidentais, como o tailandês Mal dos Trópicos e o japonês Tabu.Para quem não sabe o que é “queer” ou “genderqueer”, o wikipédia define como palavra “proveniente do inglês usada para designar pessoas que não seguem o padrão da heterossexualidade ou do binarismo de gênero. O termo é usado para representar gays, lésbicas, bissexuais e, frequentemente, também as pessoas transgênero ou transexuais, de forma análoga à sigla LGBT. Seu significado inicial pode ser compreendido através da história da criação do termo, inicialmente uma gíria inglesa, que literalmente significa ‘estranho, talvez ridículo, excêntrico, raro, extraordinário’ “.
A semana do festival também será recheada de debates sobre o assunto, principalmente o do dia 20/7, intitulado Novas Configurações do Gênero no cinema, em que estarão presentes os curadores do evento e a pesquisadora Tania Montoro para uma conversa com o público. Afinal, não basta apenas produzir filmes com esta temática, é preciso falar sobre, tanto o público que vê quanto quem cria.
Como destaque pessoal sobre os títulos da mostra, indico o belíssimo filme brasileiro “Madame Satã”, de Karim Aïnouz, o argentino “O pântano”, de Lucrécia Martel – uma das principais diretoras da atualidade do nosso país vizinho -, e “Sitcom”, do francês François Ozon, um dos diretores favoritos da minha vida inteira. Falando nisso, aproveito para indicar toda a obra de Ozon, pois é toda ela mega queer e de altíssimo nível tanto de entretenimento quanto intelectual.
O festival tem ainda outras atrações além das aqui citadas. Com certeza vai ser um espaço interessante para conversar com gente que tem algo a dizer, com o atraente preço de R$ 4. Tá imperdível!