Exemplo de cidadania. É dia de lembrar a morte de Luiz Carlos Ruas
Espancado até a morte por proteger uma travesti e um homossexual, vendedor permanece como exemplo de cidadania em tempos de homofobia
atualizado
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Neste Natal completou um ano do assassinato de Luiz Carlos Ruas. Lembra dele? O ambulante morto em São Paulo ao defender uma travesti e um homossexual em situação de rua que eram espancados por Alípio dos Santos e Ricardo do Nascimento. O gesto fez com que seu nome fosse escolhido para o Centro de Cidadania LGBT, no Arouche.
Me lembro, na época, dos vídeos chocantes da estação de metrô em que vemos Luiz levando chutes e socos já caído no chão. Que mesmo depois de irem embora, eles voltam e batem mais. Que nenhum segurança do metrô aparece para fazer coisa alguma. Da cara de arrependimento dos primos assassinos declarando que não eram más pessoas. E lembro da travesti que foi salva fugindo das câmeras de televisão sem querer dar entrevistas.“Luiz não tinha nada a ver com a história e foi morto injustamente”. Se você pensa dessa forma, você não entendeu a morte dele. Todos os demais cidadãos que passavam pela estação Pedro II na hora daquela violência tinham a obrigação de fazer algo para impedi-la, mas só o ambulante cumpriu seu dever.
Havia gente pelo local na hora que as duas pessoas estavam sendo atacadas, mas não fizeram nada. Talvez por medo, por acharem que aquilo não era problema deles, ou até por concordarem com a atitude dos criminosos. Vai saber.
É preciso lembrar no dia 25 de dezembro que um homem foi morto por defender-se de uma agressão injusta. Que seus assassinos paguem pelo o que fizeram. Chega de impunidade.
LUIZ CARLOS RUAS PRESENTE!