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#EleNão! Mulheres dão o tom de campanha contra um certo candidato

Iniciativa nas redes sociais expõe a união entre pessoas que concordam em discordar de uma agenda política

atualizado

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Peoples raised fist air fighting and sunlight effect, Competition, teamwork concept.
1 de 1 Peoples raised fist air fighting and sunlight effect, Competition, teamwork concept. - Foto: iStock

A rejeição ganha cara. Da última semana para cá, puxado sobretudo pelas mulheres, a campanha nas redes sociais com a hashtag #elenao transformou os números das pesquisas em concretude. Onde antes se ouvia a voz ruidosa dos partidários de ideias fascistas – veja aqui -, agora ecoa também a retumbante negação!

Reprodução

 

Há certo tempo, as pessoas têm se unido mais pelo sentimento de rejeição do que de união. Nossa concordância em discordar nos une. Os eleitores do primeiro colocado nas pesquisas parecem ter uma atitude positiva – no sentido de acreditar no ideal representador por ele –, mas a sensação é que eles também são motivados pelo que não querem. Assim, o candidato parece a ruptura mais cortante com o modelo administrativo dos últimos anos. Ou dos últimos 30 anos…

O ataque de hackers aos perfis criados nas redes sociais para unir mulheres que se recusam a votar nele só é mais uma prova da violência e falta de liberdade representada pelo candidato. Seria essa a solução para os problemas atuais? Apesar de ser o candidato mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto para primeiro turno, ostenta o maior índice de rejeição – ameaçando reais chances de vitória no segundo turno. Se antes a gente só via a cara do seu eleitorado, agora fica visível a face de quem se recusa a ceder à barbárie que nos ronda.

Que orgulho delas! Ao se fazerem vistas, quebram o clima de que ele tem total apoio.

Em política, é mais comum dizer o que você quer. Rejeitar é algo que não faz a pessoa se sentir bem, mas vira a solução em determinadas circunstâncias. Para refletir sobre, indico o filme chileno NO (2012). Acompanhamos o cara responsável pela criação das propagandas na tentativa de convencer as pessoas a votarem “não” na cédula de plebiscito da continuidade da ditadura de Pinochet.

A própria palavra já traz a carga negativa, mas ele, com criatividade e coragem – foi várias vezes ameaçado de morte por uma das ditaduras mais violentas da América Latina – conseguiu a inimaginável vitória, mudando o curso da história do seu país.

Por fim, quero deixar claro: repudio a violência. Nunca achei justo o ataque que ele sofreu, muito menos desejo sua morte. Na verdade, torço por sua recuperação. Talvez, ele aproveite essa oportunidade para repensar sua postura diante do ódio e, quem sabe, voltar com uma mensagem nova.

Agenda especial:
– Acontece no dia 21 de setembro, a partir das 8h, o Diversilibras – Comunidade surda e diversidade sexual, em Salvador (BA). O evento contempla discussões sobre gênero, questões LGBTs e as pessoas com deficiência. Para maiores informações, basta acessar o site

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