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Duas Paradas do Orgulho LGBT em Brasília? Entenda essa polêmica

Fake news desagregadoras e mera visão mercadológica nos levaram até a situação que vivemos hoje

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Giovanna Bembom/Metrópoles
Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), /00/2017 – – Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Maio está chegando ao fim. Isso significa que junho, mês do Orgulho LGBT e das maiores paradas da diversidade, vem aí. Neste ano, Brasília se encontra numa situação polêmica: além da parada organizada pelo grupo tradicional para o dia 14 de julho, um segundo evento foi anunciado, para 30 de junho. Nunca vi uma cidade ter mais de uma parada.

Ao longo do ano, acontecem várias paradas nas zonas administrativas do Distrito Federal. Tem a de Samambaia, Ceilândia, do Sudoeste, para citar alguns exemplos. No entanto, a maior é a de Brasília, que ocorre em frente ao Congresso Nacional. Ela existe há 22 anos e, nas primeiras edições, os participantes se reuniam no bar Beirute da Asa Sul – tradicional ponto de resistência – e saiam pelo Eixão até a Rodoviária. Mais recentemente, a concentração acontece na Esplanada e caminha ao longo do Eixo Monumental.

Na semana passada, porém, fomos surpreendidos com um evento no Facebook de uma parada do orgulho LGBTI no dia 30 de junho, saindo do Eixão Sul. As pessoas começaram a confirmar presença, inclusive acreditando que se tratava do evento tradicional. Logo a Brasília Orgulho, grupo que organiza a do dia 14, alertou aos seguidores não ter nenhuma ligação com o calendário oficial.

Todos os ativistas que admiro e acompanho no DF estão na parada do dia 14. Não conheço os organizadores do dia 30 e, ao fazer uma pesquisa, recebi péssimas referências. Isso me lembrou daquela máxima: saber ao lado de quem se está lutando é mais importante do que a própria guerra.

A parada do orgulho de Brasília nunca foi uma unanimidade. Todo ano há denúncias de silenciamentos e setores que se sentem invisibilizados. Há descontentamentos e ranger de dentes. Entretanto, não sei se dividir seja a solução. Além disso, fazer um evento à parte, visando ganhos financeiros, passa longe de ser uma opção. A causa precisa ser maior que o lucro.

Giovanna Bembom/Metrópoles

 

E que precedente isso abre? Se colocando 100 mil pessoas na rua no ano passado não temos nossas demandas atendidas, imagina se partirmos para um “bloco do eu sozinho”?

Procure saber quem faz cada evento. Investigue. Está na dúvida? Pergunte a alguém que faça um trabalho que você respeita e acredita. Fake news desagregadoras e mera visão mercadológica nos levaram até a situação que vivemos hoje. Então aja diferente.

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