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Documentário mostra realidade de gays em cidades do interior

Projeto do estudante da UnB Eduardo Bittar entrevista quatro homens que enfrentaram o preconceito de perto

atualizado

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Vintage old super 8 retro movie camera with copy space
1 de 1 Vintage old super 8 retro movie camera with copy space - Foto: iStock

TODO MUNDO VAI SABER! Não é à toa que esse foi o nome escolhido para o documentário de Eduardo Bittar em projeto de conclusão de curso – Comunicação Organizacional na UnB – em 2017. O estudante realizou um trabalho sobre ser gay em uma cidade pequena do Brasil, no caso, Formosa (GO) – a 40km de Brasília.

Por incentivo de sua orientadora, o diretor resolveu encarar os próprios demônios em relação a assumir uma orientação sexual “diferente” nessa pequena comunidade. Acabou descobrindo uma série de medos e angústias que seguem geração após geração, levando, frequentemente, a um êxodo em nome da sobrevivência.

Usando como eixo narrativo quatro conterrâneos entre 20 e 46 anos, Bittar faz uma investigação social e íntima. Mesmo não aparecendo diante da câmera, é possível entender as palavras dos seus entrevistados como ecos de suas próprias, o que deixa o filme ainda mais abrangente e capaz de chegar a qualquer um.

Família, sociedade, religião, violência (social, psicológica e física) e a presença de Brasília como um farol de liberdade são questões enfrentadas por quem ousa romper o silêncio. Há ainda um personagem especial que traz o elemento da negritude dentro das relações formosenses e do mundo LGBT.

Filmado com a ajuda de Marcus Vieira e um orçamento de R$1,4 mil, a produção não teve uma exibição oficial, mas foi veiculada em um portal de notícias da cidade. Segundo Bittar, a recepção foi boa e fez jus ao nome da obra. Ele destaca, inclusive, comentários de héteros afirmando não terem ideia de que eles passavam por tudo aquilo ao se assumirem.

Junto com os problemas de ser gay numa cidade pequena, o filme aborda as atitudes dos quatro personagens para mudar a realidade em que se encontram. Agora que eles não são mais crianças indefesas, uma postura diferente, principalmente no trabalho, parece ser a escolha mais comum.

A experiência de Bittar e seus personagens é muito parecida com a de qualquer pessoa LGBT que tenha vivido em uma cidade pequena do nosso país. Talvez a principal mensagem do filme é: você não está sozinho.

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