Defesa pessoal e grupos de proteção: como se defender do preconceito
Com os recentes casos de agressão a LGBTs, é importante desenvolver formas de preservar a integridade
atualizado
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Desde os últimos dias que antecederam o primeiro turno desta eleição, relatos de xingamentos, ataques físicos e ameaças a minorias, acompanhados de gritos do nome de um candidato, têm sido registrados. E já aconteceu até um assassinato – o do mestre Moa do Katendê – por desavença política. Diante desse clima de ameaça, como se proteger?
Logo de cara, é importante falar que, em Brasília, existe a Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação às Minorias (Decrim). As denúncias podem ser feitas anonimamente pelo 197, por e-mail (denuncia197@pcdf.df.gov.br), no site ou pelo WhatsApp (61 98626-1197). É permitido mandar áudio, foto, vídeo do crime.
Nacionalmente, uma opção de denunciar é pelo aplicativo Proteja Brasil, do Ministério dos Direitos Humanos, ou pelo disque 100.
Uma outra forma são grupos de proteção do WhatsApp – criados para as pessoas se protegerem, caso sejam ameaçadas ou atacadas. Alguém coloca ali a agressão que está sofrendo ou testemunhando, e, rapidamente, os usuários podem se organizar para ajudar. Isso pode ser feito em qualquer lugar do país: sozinhos, nós somos mais vulneráveis.
Por fim, para quem estiver disposto, esses grupos de proteção estão organizando aulas de defesa pessoal destinadas a LGBTs. Os locais e horários das atividades são combinados entre os participantes do bate-papo.
É uma pena que chegamos a esse ponto, mas isso é necessário para preservarmos nossa integridade física. Lembrando: nem estamos aqui nos protegendo da violência urbana, no caso de assaltos, sequestros etc. Estamos sendo atacados pelo “cidadão de bem”, “em defesa da família”, “em nome do senhor Jesus”.
Agenda especial
Está no ar o site do Distrito Drag. Trata-se de uma organização política de drag queens que vem se fazendo cada vez mais presente nos grandes momentos de decisão da cidade. Ano passado, coordenaram o Calendrag, cujo dinheiro foi para a Casa Rosa. Agora, com o site no ar, há um mapeamento cultural do Distrito Federal, dicas e até um espaço opinativo.