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“Afronte”: filme explora a realidade dos negros gays no DF

O filme, premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, vai passar em eventos como o de Curitiba e o Mix Brasil

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1 de 1 36877491082_1d1dd636cd_k - Foto: Divulgação

A solidão do homem negro gay do Distrito Federal é tema do documentário em curta-metragem “Afronte”, dos diretores Marcus Mesquita e Bruno Victor. O filme, premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, vai passar em eventos como o de Curitiba, o Mix Brasil e o da Romênia.

A fita foi o projeto de conclusão do curso de audiovisual de Marcus na Universidade de Brasília (UnB). Bruno trabalhou no roteiro e, também, na direção. Para fazer o filme, conseguiram R$ 10 mil via crowdfunding e contaram com a divulgação do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) e da atriz e diretora Leandra Leal. A Casa 1, de São Paulo, lugar de acolhimento para jovens LGBTs em situação de risco, atuou como parceira na arrecadação.

No filme, os personagens estão sempre em movimento, se deslocando pelas regiões do DF. Essa sensação de não parar traduz dois sentimentos: o primeiro é a dos longos períodos de viagem devido à distância entre os lugares onde vivem e onde precisam chegar (UnB e trabalho no Plano Piloto); a segunda, e isso é visível no filme, são raros os locais em que eles podem desfrutar da liberdade.

O tempo inteiro, por onde os personagens passam, há olhar de estranhamento provocado pela estética dos rapazes e pelo temor que o seu tom de pele desperta nos demais transeuntes. O racismo liga diretamente a cor escura à violência, selvageria ou criminalidade. Nessas circunstâncias, parar seria correr o risco de ser escorraçado.

No filme, os garotos só conseguem parar quando estão juntos. Assim, é apresentado o coletivo Afrobixas, formado por estudantes negros da UnB que se reúnem para compartilhar experiências e se apoiarem mutuamente.

Às vezes, a solidão é quebrada apenas a dois. Se você, leitor deste texto, acha desagradável que alguém não compreenda como você se sente, imagina viver em um mundo onde não é compreendido.

Uma hora bate o desespero.

“Afronte” também é sobre o Distrito Federal. Não Brasília, mas o quadradinho todo. É óbvio que a questão racial também afeta a geografia da nossa cidade. O racismo marca o preconceito de imaginar a vida fora do Plano Piloto, lá nas Regiões Administrativas.

Os criadores prometem, após a temporada de festivais, disponibilizar o curta na internet. Eles também querem dar seguimento ao projeto, fazendo um longa ou uma série.

Pela recepção do filme no Festival de Brasília e pelo novo olhar sobre o tema do racismo (feito e discutido por negros), Marcus, Bruno e “Afronte” estão na crista da onda. Afinal, se você quer saber como o preconceito afeta uma vida, ouça quem vive sob ele.

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