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Quando jovem tinha obsessão por emagrecer, saiba como venci essa fase

Não podemos comprometer a nossa saúde em nome da beleza. Minha mãe sempre dizia: “Nada em exagero é bom”

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1 de 1 ilustra-anorexia-02(1) - Foto: Joelson Miranda/Metrópoles

A distorção corporal é a percepção equivocada que a pessoa tem do seu próprio corpo. Afeta muitas pessoas. Mais do que imaginamos. Existem casos leves e outros bem mais sérios. A busca pela perfeição e a obsessão por um corpo belo é agravada, e muito, pelas mídias sociais, gerando um transtorno dismórfico.

Sempre gostei de cuidar do meu corpo e passei por várias fases, e hoje percebo que foram bem excessivas. Nunca tive problema em controlar o meu peso, sou daquele tipo fácil de emagrecer. E teve uma época que eu era rigorosa em chegar na minha meta, nem sempre considerada ideal.

Há mais ou menos 20 anos, cheguei a pesar 48kg. Todas as pessoas me falavam que eu estava muito magra e eu não acreditava. Achava sempre uma parte do corpo onde eu podia dar uma “secada”. Perder um pouco mais. E assim fui indo até engravidar.

Tive uma gestação tranquila, engordei 14kg. Estava radiante por estar gerando uma criança e, graças a Deus, me desliguei do corpo. Quando o Pedro nasceu, fiquei ainda mais absorvida com a maravilha de ser mãe. E nem passava na minha cabeça emagrecer. Amamentei por um ano e meio e a volta do meu peso original foi uma consequência natural.

Com o passar do tempo, voltei às minhas antigas práticas. E comecei a ouvir novamente comentários sobre a minha magreza. E eu não via aquilo que as pessoas diziam. É bem estranho, porque você realmente não enxerga.

Nessa época, não fazia exercícios físicos, comia muito pouco e tirei da minha dieta doces e carnes vermelhas. Fui fazer exames de rotina e o médico me pediu a densitometria óssea. O resultado me chocou. Eu estava com osteopenia, que é uma diminuição da massa óssea causada pela perda de cálcio, podendo levar à osteoporose. Um dos pontos mais graves era na coluna. Na consulta de retorno, o especialista me disse que eu era muito nova para ter esse problema e eu teria que tomar providência.

Joelson Miranda/Metrópoles

Foi quando eu cai na real. Uma das coisas que me ajudaram a perceber o quanto eu estava sendo negligente com o meu corpo foi me ver em fotos. Meu rosto estava muito miúdo, os ossos do meu colo estavam aparentes. Me perguntei como não tinha percebido isso.

Eu sou muito disciplinada com tudo que faço, e segui rigorosamente as orientações médicas. Comecei a malhar com regularidade, inseri na minha dieta alimentos ricos em cálcio. Meu organismo reagiu superbem e a osteoponia regrediu. Passei a ter acompanhamento de nutricionistas que me ensinaram a comer bem e de forma saudável.

Hoje estou com 54kg, malho com regularidade e tenho uma dieta saudável. Priorizo alimentos orgânicos e frescos e não como produtos industrializados. Continuo me gostando com a silhueta magra, mas tenho outra postura. Cheguei no meio termo.

Consigo sair para jantar e comer o que tiver sem culpa. Não sou mais aquela chata que não come nada. Meu humor melhorou, meu organismo funciona melhor. Não fico me pesando mais. E, posso falar, sou muito mais feliz. Recebo bastante elogios. Não me preocupo mais em “dar uma secada”. Meu corpo agradece!

Tenho sorte por não ter desenvolvido um grau mais sério desse transtorno e de ter percebido o que estava fazendo comigo. Mas acredito que várias pessoas precisam de ajuda profissional, pois o olhar de quem passa por isso não equivale, mesmo, à realidade. Nenhum padrão de beleza vale o custo de comprometer a saúde. Esse preço é caro demais.

Minha mãe sempre dizia: “Nada em exagero é bom”. E é isso mesmo. O meio termo para todos os aspectos da nossa vida é sempre a melhor opção.

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