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Quando descobri que minha labirintite era emocional, me curei

As primeiras crises são terríveis e, até obtermos o diagnóstico e o tratamento adequados, a situação é um martírio

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labirintite
1 de 1 labirintite - Foto: Kácio Pacheco/Metrópoles

Os sintomas das doenças do labirinto, órgão responsável pelo equilíbrio e audição, provocam sensações muito ruins. Quem já passou pela experiência sabe bem disso. As primeiras crises são terríveis, porque não compreendemos o motivo e, até obtermos o diagnóstico e o tratamento adequados, a situação é um martírio.

Aos 18 anos, tive indícios de que poderia sofrer de alguma enfermidade ligada ao labirinto. O mal-estar que sentia era geral: tontura, vertigem, sensação de flutuação, enjoo. Esse primeiro episódio ocorreu durante uma viagem com a minha mãe e não tínhamos suspeitas do que estaria acontecendo comigo. Os incômodos sumiram e me esqueci da história. Até ter uma segunda crise muito mais forte.

Fui ao médico e ele me receitou um remédio para a labirintite. Após alguns meses, passei por um terceiro episódio, pior ainda. Infelizmente, não seria o último. Tive outras crises anos depois. Os intervalos ficaram maiores entre uma e outra, mas os efeitos (náuseas e vômitos) pioravam. Para minha sorte, meus sintomas duravam algumas horas, mas há pessoas que sofrem por dias.

Queria entender por que esses males se desencadeavam. Afinal, meu estilo de vida sempre foi saudável, não tinha enxaquecas. Decidi, então, avaliar as situações que estava vivendo para tentar combater aquele desconforto. Todas as crises ocorriam quando passava por circunstâncias incômodas, que me deixavam emocionalmente abalada. Às vezes, estava em um lugar que não queria estar ou era obrigada a vivenciar algo do qual não podia me livrar. Eis a minha descoberta: tinha desenvolvido uma labirintite emocional. Quando minha cabeça começava a girar, já sabia todos os sintomas horríveis que sentiria.

Depois de identificar a causa, ficou bem mais fácil administrar as reações. Sou daquelas pessoas que não lidam bem com o desconhecido. Não saber o que vamos enfrentar ou sofrer pode gerar uma descompensação emocional que se reflete no corpo de alguma maneira. Passei a enfrentar o que sinto, evitar situações incômodas e estressantes. Há vários anos não tenho crises. Mas, por precaução, passei um bom tempo andando com o medicamento receitado pelo médico dentro da bolsa.

Recentemente, descobri que a labirintite (cujo significado é a inflamação do labirinto), apesar de usada popularmente para definir qualquer mal-estar que inclua zumbidos, vertigens, tonturas, desequilíbrio, é apenas uma delas. As doenças do labirinto, ou labirintopatias, são numerosas.

Conheço várias pessoas que sofrem com esses sintomas. As causas, com certeza, são variadas. Mas acredito que grande parte tem fundo emocional. O tratamento da labirintite, nesse caso, é quase o mesmo das inflamações de origem alimentar ou física. A diferença é a necessidade do acompanhamento de psicólogo ou psiquiatra para ajudar o paciente a lidar com as emoções. O mais importante é identificar e tratar as causas para deixar de viver com o fantasma que é passar mal.

Ter o acompanhamento de um bom médico também é essencial. Faz parte do cuidado com a saúde entender as reações do próprio corpo, o que pode ser definitivo para a eficácia do tratamento. Problemas vão sempre existir. O que faz a diferença é a maneira como reagimos a eles. Precisamos ter atitudes positivas e corajosas para enfrentá-los. Afinal, estamos aqui para viver em paz e sermos felizes.

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