Dia Mundial de Combate ao Estresse: veja hábitos simples para adotar
“Um dos maiores causadores do estresse é o ‘cérebro multitarefas’”, explica a neurologista Ana Paula Peña Dias
atualizado
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Idealizado com o objetivo de alertar sobre as causas e sintomas do estresse, o Dia Mundial de Combate ao Estresse é celebrado nesta sexta-feira, 23 de setembro. Com um aumento significativo de vítimas do chamado “mal do século”, o Brasil já é o país com o segundo maior número de estressados do mundo de acordo com dados da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA).
Segundo dados oficiais da Secretária de Saúde do Distrito Fedetal, os sintomas mais comuns do estresse incluem dor de cabeça, desordens do sono, dificuldade de concentração, temperamento explosivo, estômago perturbado, insatisfação no trabalho, depressão e ansiedade.
Para entender melhor o transtorno, o Metrópoles conversou com a neurologista Ana Paula Peña Dias sobre estresse, ansiedade, o papel do sono e maneiras de cuidar da saúde mental para evitar sintomas e viver de modo mais tranquilo.
Hoje em dia, quais são os maiores causadores de estresse?
Sem dúvida um dos maiores causadores do estresse é o ‘cérebro multitarefas’. Quando deseja-se fazer muitas coisas ao mesmo tempo, a tensão tem que ficar dividida em atividades distintas, de trabalho, da vida pessoal e da vida social. A hiper conectividade do mundo digital e os estímulos externos levam nosso cérebro a estar sempre em alerta, em constante sensação de estresse.
Quando falamos de causadores de estresse, podemos citar o momento crítico que vivemos com a pandemia e o isolamento social. Logo, todas essas mudanças que ocorreram na vida das pessoas levaram a um estado de alerta constante, seja pela infecção da Covid, seja pela necessidade que tivemos de aumentar muito a carga de trabalho, de se reinventar, muitas vezes até pela perda econômica e por perdas familiares.
Quanto o sono influencia no estresse que sentimos?
O sono auxilia fortemente no combate ao estresse: uma boa noite de sono ajuda a limpar todo estrago que o estresse faz no cérebro. Durante o sono, ocorre a remoção das impurezas do cérebro que, muitas vezes, são causadas pelo estresse, e pelo estresse oxidativo principalmente. Mas por outro lado, uma noite de sono ruim ou a insônia crônica está diretamente ligado ao aumento do estresse.
O estresse e a ansiedade andam juntos? Como diferenciá-los?
O estresse e a ansiedade podem sim caminhar juntos. O estresse é uma resposta do organismo a um fator externo, por exemplo, um trabalho para entregar, um problema familiar para resolver. Já a ansiedade é uma experiência contínua de estresse que muitas vezes é desproporcional ao estímulo, então, em caso de distúrbio ansioso, distúrbio de ansiedade, transtorno de ansiedade, já houve tanto estresse que agora ele pode nem existir, mas a preocupação continua junto com o medo e os sintomas físicos.
É como se a ansiedade viesse de um estresse prolongado e que agora ele nem existe mais, mas o corpo interpreta como se existisse. O estresse tem um estímulo externo e a ansiedade não.
Há diferenças entre tipos de estresse?
O estresse, na verdade, é a resposta inespecífica do corpo a algum estímulo, que me leva a uma resposta bem rápida, física e mental onde eu vou aumentar a tensão, raciocínio e produtividade. Pode-se ter um estresse positivo que vai ajudar a enfrentar desafios diários ou o estresse negativo que vai ser ruim para o corpo e o cérebro.
O que podemos fazer no nosso dia a dia para amenizar o estresse e seus sintomas?
Para amenizar o estresse primeira coisa é ter uma agenda equilibrada, com pausas entre as atividades, e jamais entupi-la de compromissos sem ter tempo para descansar. É infrutífera a ideia de que o nosso cérebro é multitarefas e você vai dar conta de tudo, porque não vai. Será necessário fazer escolhas.
É importante incluir momentos de alto cuidado nessa agenda para melhorar a saúde física e mental. Faça algo que gosta, pratique atividade física, durma bem, se alimente com calma e sem olhar o celular e diminua o tempo que passa na internet. As redes sociais nos coloca no estado de alerta constante.
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