Dia de Combate à Intolerância Religiosa: obras que quebram tabus
No Brasil, o direito à liberdade de religião ou crença consta na Constituição Federal
atualizado
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A cada 15 horas, há uma denúncia de intolerância religiosa no Brasil. Mas por quê? Afinal, religião é um conjunto de crenças e filosofias formadoras de pensamentos. Assim, cada doutrina tem diferenças em relação à outra e a maioria tem um ponto em comum: acreditar em algo ou alguém do plano superior. No país, o direito à liberdade de religião ou crença consta na Constituição Federal, que permite a realização de cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e liturgias.
O território brasileiro é laico, ou seja, não tem uma religião oficial. Dessa forma, o Estado abriga diversas religiões, de diferentes costumes. E, apesar de resguardar por lei a liberdade de crença, a nação ainda apresenta casos de discriminação religiosa. Dados levantados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos apontam que houve uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas no Brasil, entre 2015 e 2017.
Data
No Brasil, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, Lei Federal nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, é celebrado em alusão à morte da Ialorixá baiana Gildásia dos Santos e Santos. Ela é conhecida como Mãe Gilda, fundadora do terreiro de candomblé Ilê Asé Abassá.
Hoje (21/1) é o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e, para alertar as pessoas sobre esse problema, o Metrópoles elencou sete obras de diferentes religiões para entender mais sobre elas em 2022. Confira!
1. Budismo
A doutrina é baseada nos ensinamentos de Siddharta Gautama, o Buda (600 a.C.). Ela busca a realização plena da natureza humana. Para a religião, a existência é um ciclo contínuo de morte e renascimento, no qual vidas presentes e passadas estão interligadas.
A Tradição do Budismo: História, Filosofia, Literatura, Ensinamentos e Práticas, por Peter Harvey | Editora Cultrix
2. Religião de matriz africana
Candomblé: religião afro-brasileira em que se pratica o culto de divindades de origem africana, chamadas orixás. Essas tradições foram trazidas ao Brasil por populações negras escravizadas, vindas de países da África Ocidental, como Nigéria, Benin e Togo.
O candomblé bem explicado, por Odé Kileuy | Editora Pallas
Umbanda: religião monoteísta e afro-brasileira, fundada por Zélio Fernandino de Moraes. Ela se baseia em três conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor.
Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada, por Rubens Saraceni | Editora Madras
3. Espiritismo
A sobrevivência do espírito após a morte e a reencarnação são as bases da doutrina. O Espiritismo surgiu na França e se expandiu pelo mundo a partir da publicação de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec (1857).
As Vidas de Chico Xavier, por Marcel Maior | Editora Planeta
4. Cristianismo
É a maior religião do mundo, com aproximadamente 2 bilhões de seguidores. Monoteísta, ela se baseia na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré.
Cristianismo Puro e Simples, por C. S. Lewis | Editora Thomas Nelson Brasil
5. Hinduísmo
O hinduísmo abrange seitas e variações monoteístas e politeístas, sem um corpo único de doutrinas ou escrituras.
Dos Vedas ao Hinduísmo, por Ivan Rüppell | Editora InterSaberes
6. Judaísmo
Com início na Palestina, é uma religião monoteísta, cujo patriarca é Abraão. Atualmente, contempla aproximadamente 14 milhões de seguidores no mundo.
A História do Judaísmo, por Martin Goodman | Editora Crítica
Denúncias
Os adeptos de religiões de matriz africana, como Candomblé e Umbanda, que representam 1,6% da população brasileira, representam aproximadamente 25% dos denunciantes de crimes de ódio e intolerância religiosa. Além disso, segundo as estatísticas, 25% dos agressores são identificados como brancos, e 9% das ocorrências dizem respeito a atos praticados dentro de casa.
Disque 100
O disque 100 é o número destinado à denúncia gratuita de intolerância religiosa. Ele é válido, inclusive, quando os crimes são praticados por agentes públicos e órgãos estatais.