Dia da Literatura Brasileira: sete obras nacionais para ler em 2021
Além da data incentivar a leitura de produções nativas, ela homenageia o aniversário do escritor cearense José de Alencar
atualizado
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“O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguém lê”, já dizia o escritor Umberto Eco (1932-2016). Sem dúvidas, o pensamento também se aplica aos textos da literatura brasileira, que nem são a primeira escolha do público leitor. Fato é que os múltiplos personagens, gêneros e narrativas enriquecem a história do país, em épocas distintas. Hoje (1) comemora-se o Dia da Literatura Brasileira, por isso o Metrópoles traz títulos irreverentes para comemorar.
José de Alencar, Ana Maria Machado, Graciliano Ramos e outros tantos talentos compõem o arsenal clássico de produções nacionais. Entre biografias, romances e ficção, cada escritor revela um recorte do cenário do Brasil. Além da data incentivar a leitura de obras nativas (contemporâneas ou não), também homenageia o aniversário de José de Alencar, considerado um dos primeiros escritores a retratar o país como ele realmente é.
A data
Dia 1 de maio foi escolhido para relembrar o aniversário do escritor cearense José de Alencar (1829-1877). Alinhado ao Romantismo, o autor elaborou um projeto com base em retratos de tipos e ambientes diversos.
Nas narrativas de Alencar estavam personagens típicos do Brasil, como o indígena e a vida no sertão nordestino. Iracema (1865), O Gaúcho (1870) e O Sertanejo (1875) são alguns dos títulos publicados por ele.
Confira sete obras de escritores nacionais que enriquecem o significado da data:
Ponciá Vicêncio, por Conceição Evaristo
No livro Ponciá Vicêncio, de 2003, discute-se a questão da identidade da personagem. Centrado na herança identitária do avô dela, o enredo estabelece um diálogo entre o passado e o presente. A memória – individual e coletiva – é o elo condutor da narração. A protagonista revive o passado pela lembrança, evidência dos fatos e circunstâncias históricas do povo negro brasileiro.
Quarto de Despejo, por Carolina Maria de Jesus
Publicada em 1960, a biografia Quarto de Despejo mostra o cotidiano triste e cruel da vida na favela de Carolina Maria de Jesus (1914-1977). Com linguagem simples e ao mesmo tempo contundente, o livro comove o leitor pelo olhar sensível de Carolina. O enredo tem como base o que ela viu, viveu e sentiu quando morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.
O Guarani, por José de Alencar
O romance histórico de 1857 de José de Alencar é um dos maiores representantes da primeira fase do modernismo brasileiro . Esse período procurava valorizar o indígena de forma a torná-lo um herói nacional. A história de amor entre Peri e Ceci, em “O Guarani”, revela a miscigenação entre o povo indígena e o branco.
Bisa Bia, Bisa Bel, por Ana Maria Machado
Lançada em 1981, a obra infanto-juvenil da jornalista e escritora Ana Maria conta a história da relação de uma menina chamada Isabel com sua bisavó Bia.
Vidas Secas, por Graciliano Ramos
O romance de 1938 tem como local o sertão brasileiro nordestino. Nesse espaço, Graciliano Ramos (1892-1953) retrata a vida de uma família de retirantes, traçando a figura do sertanejo. Ele também explora os temas da miséria e da seca do Nordeste.
Contos Negreiros, por Marcelino Freire
Uma escrita original e impactante define o escritor pernambucano Freire. A obra dá um novo olhar sobre os marginalizados da sociedade. Assim, aborda temas delicados, como a prostituição infantil e indígena em “Yamani”, o preconceito racial e conflito de classes em “Solar dos príncipes” e a homossexualidade em “Coração”. Sob ironia e humor, levanta questões relevantes da atualidade e do cenário político atual.
Opisanie swiata, por Veronica Stigger
“Descrição do Mundo”, do polonês para o português, é uma produção da gaúcha Veronica. O livro é uma espécie de relato de viagens. Compõe-se a partir de diversos registros, como o do relato em terceira pessoa, o da carta, o do diário, entre outros.