Bartender ensina os melhores usos do jambu e suas cachaças na coquetelaria
A erva típica do Norte brasileiro pode ser explorada não só em pratos, mas em coquetéis como o famoso Rabo de Galo
atualizado
Compartilhar notícia
Um dos ingredientes mais especiais da gastronomia brasileira, o jambu extrapolou os limites da cozinha e aterrissou com sucesso na coquetelaria. A florzinha amarela é rica em uma substância chamada espilantol, que causa a sensação curiosa de tremedeira e dormência nas mucosas da boca.
“Usar jambu como aperitivo, tanto em drinques quanto snacks, prepara o paladar para sentir sabores ainda mais interessantes – um dos principais motivos é justamente a salivação que acontece no momento em que nossa boca está adormecida. Em menus harmonizados, experimente começar dessa maneira”, sugere Gustavo Guedes, mixologista e sócio no bar SouthSide, de Brasília.
Para adicionar este sabor a um drinque, a medida mais simples é encontrar uma boa cachaça de jambu, visto que é difícil encontrar essas flores tão delicadas nos mercados. “Sou muito fã do Rabo de Galo, que leva cachaça, vermute rosso, cynar e angostura bitter, um drinque consumido desde bares de alta coquetelaria até botecos. É nossa versão abrasileirada do Manhattan. Com a chaça de jambu fica fantástico, desde que usem um twist de limão taiti como decoração”, ensina o bartender.
Um preparo mais simples sugerido por Guedes são as tradicionais caipirinhas. “A de cachaça de jambu com maracujá, baunilha e flor de sal é incrível! Se você quiser adicionar um toque ainda mais típico do Norte, troque a baunilha por cumaru”, detalha. O mixologista gosta de misturar ingredientes cítricos, forais e herbais como limão e hortelã para combinar com cachaças de jambu, além de licores como o Chartreuse verde e bebidas carbonatadas como espumantes brut, refrigerantes de gengibre e cervejas lager lupuladas.
Para quem quer apreciar a cachaça de jambu pura, a sugestão de Guedes é evitar copos de shot e partir para uma degustação similar à de um uísque. “É um destilado nobre que ainda hoje é subestimado por grande parte dos brasileiros e totalmente valorizado no mercado internacional. Apesar de preferir em coquetéis, quando vou consumir a cachaça pura, prefiro beber com uma grande pedra de gelo translúcido ou quase congelando, já que ela adquire textura licorosa. Mas se a sensação de dormência for o motivo principal do consumo, bochechar um shot antes de engolir é a melhor pedida”, orienta o especialista.
O Metrópoles selecionou as principais cachaças com jambu disponíveis no e-commerce. Veja a lista: