Vítima de feminicídio postou foto com agressor quatro dias antes do crime
Em 12 de dezembro, Luciane Simão Silva publicou imagem ao lado do marido, Rondinele Pereira da Silva. No dia 16, ele a espancou até a morte
atualizado
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Assassinada após ser espancada pelo marido, na última quarta-feira (16/12), Luciane Simão Silva havia publicado em uma rede social, quatro dias antes do crime, uma foto (imagem em destaque) na qual aparece recebendo um beijo de Rondinele Pereira da Silva. Nesta segunda-feira (21/12), ele foi preso em flagrante acusado de ser o autor da morte da companheira.
Assassinada aos 42 anos, Luciane faria aniversário em 7 de janeiro. A vítima deixa três filhos. De acordo com informações dos investigadores, ela e Rondinele estavam juntos havia oito anos.
Na mesma rede social, ao se despedir da irmã, Eduardo Simão frisou: “Vamos esperar a justiça de Deus”. Nos comentários, familiares, amigos e conhecidos escreveram mensagens de pesar e de conforto.
As agressões que culminaram na morte de Luciane aconteceram em uma rua próxima da residência do casal, na Fercal. Na quinta-feira (17/12), parentes de Luciane a levaram ao Hospital Santa Lúcia Norte, para receber atendimento médico.
Liberada no sábado (19/12), a vítima retornou à unidade médica após o irmão perceber que o rosto de Luciane apresentava inchaço além do comum. Dessa vez, no entanto, ela não resistiu e morreu.
A família da vítima procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para registrar o caso. O autor foi preso pelos policiais da 13ª DP (Sobradinho) enquanto passeava por um shopping da cidade.
Segundo as apurações, Luciane havia registrado ocorrência com base na Lei Maria da Penha contra o companheiro em 2017, depois de sofrer agressões de Rondinele. No entanto, as medidas protetivas venceram meses depois, e o casal voltou a se relacionar.
A delegada adjunta Ágata Braga afirmou que o autor, mesmo após espancar a companheira, enviava mensagens para Luciane. “Ela passou os últimos quatro dias de vida sendo perseguida pelo autor, sempre por meio de telefonemas e mensagens via aplicativo”, disse.
O delegado-chefe da unidade, Hudson Maldonado, afirmou que Rondinele responderá pelo crime de feminicídio. “Foi um espancamento cruel e brutal. A vítima vivia sob a influência do medo e não teve qualquer chance de defesa”, ressaltou.