Violência contra mulher: Ceilândia registra maior número de casos
Levantamento do Ministério Público do DF mostra que 2,4 mil situações de violência doméstica foram registradas na cidade só no ano passado
atualizado
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Dados levantados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) mostram um aumento no número de denúncias oferecidas pelo órgão para os casos de violência doméstica. Em 2018, foram 6.791, enquanto em 2017 elas chegaram a 5.909. A variação corresponde a um crescimento de 14,9%.
Em 2018, a cidade do DF que mais registrou casos de violência doméstica foi Ceilândia. De 14.838 inquéritos policiais e termos circunstanciados, 2.438 foram registrados na região. Brasília e Planaltina vêm em seguida, com 1.809 e 1.232 registros, respectivamente. Entre as principais incidências, estão ameça, injúria e lesão corporal. A análise completa pode ser consultada no site do MPDFT.
Só de janeiro a dezembro de 2018, foram 28 casos de feminicídios na capital do país, 10 a mais que em 2017. No mesmo período, 66 mulheres sofreram tentativas de latrocínio. Das mortes registradas, 82% ocorreram na residência da vítima, local que deveria ser sinônimo de proteção e segurança.
No Distrito Federal, são 45 promotorias de Justiça especializadas no tema, além do Núcleo de Gênero, que atua na formulação e na implementação de políticas públicas de promoção da igualdade de gênero, na conscientização sobre os efeitos pessoais e sociais da violência contra a mulher e no reconhecimento dos seus direitos e garantias.
Para a coordenadora do Núcleo de Gênero do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), promotora de Justiça Mariana Távora, é necessário que os três níveis da prevenção sejam trabalhados.
“Na prevenção primária, é preciso a concretização de políticas públicas voltadas para uma educação promotora da igualdade entre homens e mulheres. E no âmbito das prevenções secundárias e terciárias, cujos focos são as violações concretas dos direitos das mulheres, premente que sejam fortalecidos os equipamentos públicos já existentes, bem como que haja maior integração da rede especializada de atendimento à mulher”, afirma.
(Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério Público do DF)